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Ano 4 - Edição 998 - Fortaleza - Abril de 2014

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domingo, 23 de janeiro de 2011

OPINIÃO

Terra Ferida 

Oliveira Fidelis Filho

No Planeta, pelo menos 2, 5 bilhões de pessoas foram afetadas por desastres naturais nos últimos dez anos; um aumento de 60% em relação à década anterior, segundo a ONU.  O ano de 2010 bateu, praticamente, todos os recordes anteriores e 2011 já se mostra como um forte candidato a superar todas marcas. O ano que passou foi o mais mortífero desde 1983, quando a seca na Etiópia deixou 300 mil mortos. A média dos últimos 30 anos é de 66 mil mortes por ano.

No Brasil foram aproximadamente 13 milhões de brasileiros na ultima década, incluindo janeiro de 2011, o que nos coloca hoje entre os 10 no ranking dos países mais afetados, vitimas de catástrofes naturais.

Estima-se que até o fim deste século a temperatura média da Terra deverá subir, consideravelmente. Com temperaturas mais altas, o Planeta vai tornar-se cada vez mais inquieto e o humor da Terra tende a piorar muito.  Exigirá das expressões de vida que pululam o Planeta, capacidade de adaptação em períodos cada vez mais curtos. Este é o custo ambiental do chamado crescimento econômico, do que definimos como civilização.

Diante de uma catástrofe natural, somos, infelizmente,  ainda levados a reflexões basicamente religiosas, a acreditar tratar-se de ação divina ou levados a pensar em nível de escatologias apocalípticas, fundamentadas em profecias oriundas de variadas crenças. Geralmente, tais profecias, de fato, nada prevêem e nada acrescentam, sendo convenientemente forçadas a acomodarem-se a eventos já ocorridos.

Dentro do cristianismo, cada nova catástrofe é uma evidência de que o mundo está acabando, a grande tribulação está se aproximando e o grande julgamento está chegando. Os bonzinhos vão ganhar presentes mas quem fez malcriações  vai ficar de castigo. Lamentavelmente, a moral e a ética religiosa são ainda meritórias.

Em função, sobretudo,  das crenças que nos movem, possuímos ainda muito do comportamento do homem "primitivo" quando, diante das catástrofes climáticas, eram oferecidos sacrifícios, inclusive humanos, na tentativa de aplacar a ira dos deuses. Hoje, continuamos a nos deixar atrair para os lugares considerados "sagrados", nos rendendo aos recorrentes argumentos vindos dos púlpitos, rádio, televisão, internet, que apontam para o juízo de Deus e a feiúra do diabo. Entretanto, não raras vezes, tais proféticos argumentadores aproveitam para assaltar a carteira dos amedrontados ouvintes. Afinal, aplacar a ira dos deuses é preciso.

Um dos efeitos positivos é que catástrofes sensibilizam, geram reflexões, oportunizam o debate e a busca de respostas, podendo nos fazer acordar da hipnose na qual geralmente nos encontramos. Digo podendo nos fazer acordar pois, infelizmente, os pensamentos, sentimentos, comportamentos e respostas que produzimos nestas circunstâncias, costumam simplesmente reproduzir programas já instalados no subconsciente.

Não podemos, também, desconsiderar o poder das catástrofes em revelar a luz e as sombras, anjos e demônios, o pior e o melhor que existe em nós. Enquanto há os que se desdobram em compaixão, doação, acolhimento, em gestos de incondicional amor, há os que como abutres e bestas feras aproveitam inescrupulosamente da fragilidade do semelhante. Apropriam-se da generosidade alheia, tomando para si o que deveria contemplar a necessidade de pessoas feridas no bolso, na mente e na alma.

O que fazer face às catástrofes naturais que, ao que tudo indica, tornar-se-ão cada vez mais letais? Creio que precisamos de novas abordagens, outras formas de encarar dantescas situações que transcendam as crenças e comportamentos religiosos usuais.

Em primeiro lugar, entender que Deus é lei e nesta Lei está a Graça; fora dela avolumam-se os sofrimentos. Ou seja, existem inexoráveis leis universais que precisamos compreender e a elas nos adequar e isso nada tem a ver com o humor dos deuses.

Em segundo lugar, precisamos entender que as catástrofes naturais são, muitas vezes, conseqüências de comportamentos antinaturais. Ao nos colocarmos no caminho da natureza, em desarmonia, entramos em rota de colisão com ela.

Em terceiro lugar, se desejarmos continuar a existir no tempo e no espaço, necessário se faz assumir total responsabilidade pelo que acontece neste Planeta. Pesa sobre nós a intransferível e urgente responsabilidade de buscarmos alternativas ecologicamente harmonizadoras. Lembremos que, na proporção em que o crescimento demográfico satura o espaço, diminuem as possibilidades de nos perpetuarmos no tempo.

Em quarto lugar, precisamos aprender a olhar para o Planeta Terra como um ORGANISMO VIVO que ele é.

Há quase dois mil anos atrás São Paulo declarava: "Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora". Parece que a Terra parou de gemer e começou a gritar, parou de suportar e começou a reagir. Como ser vivo, ela se angustia e se alegra, contrai e expande, se movimenta, exala aromas, exibe cores, emite sons, persegue a beleza, a arte, a harmonia e é envolta em mistério e magia.

Neste ORGANISMO VIVO nascemos, reproduzimos e morremos. Para entender a Terra como ser vivo basta observar este condomínio chamado corpo humano.

Sabia que sobre sua pele, neste momento, estão vivendo milhões e milhões de bactérias? Elas nascem, reproduzem-se e morrem, ou seja, passam a vida inteira em seu corpo. Todos nós hospedamos milhões de moradores em nosso corpo, vários deles são imprescindíveis ao bom funcionamento como, por exemplo, os lactobacilos que habitam o intestino.

Alguns pesquisadores afirmam que, no total, existe um número superior a 10 bilhões de bactérias nos habitando, divididas em mais de 200 espécies diferentes. Portanto, não há razão para se sentir sozinho.

Quanto a estes micro-organismos, seria muito pedir a eles que tivessem consciência de que o corpo humano é um organismo vivo. Lembrar-lhes que precisam agir racionalmente e de forma simbiótica, que devem se preocupar com o crescimento numérico excessivo, que farão bem em evitar regiões de risco, ou ainda que não devem devastar e alterar a natureza do corpo onde habitam, para a segurança deles próprios. Entretanto, não exigir de nós mesmos racionalidade, cuidado, preservação, sustentabilidade é absurdo, pois somos a consciência da Terra.

Nosso corpo tudo faz para manter o equilíbrio e a harmonia; não pensemos que a Terra agirá diferentemente. De uma forma de outra, ela se livra dos excessos, do inconveniente.

Convém lembrar que a divindade também habita a natureza e que, portanto, cuidar da Terra é uma bela forma de cultuar o Criador. As mãos que cuidam podem ser mais santas que os lábios que oram. Ao ferir a Terra hoje, estamos produzindo os gemidos e as lágrimas das próximas gerações.
* Artigo publicado originalmente no site Somos Todos Um (http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=24899) e reproduzido neste site com autorização do autor.
* Oliveira Fidelis Filho é teólogo espiritualista, psicanalista integrativo, administrador, escritor e conferencista, compositor e cantor - fidelisf@hotmail.com   
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Relacionamentos no século XXI




Zenilce Vieira Bruno 

Não foi apenas o avanço tecnológico que marcou o início deste milênio. As relações afetivas estão passando por profundas transformações compatíveis com os tempos modernos. Individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto e não mais uma relação de dependência em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.

A idéia, que nasceu com o romantismo, de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade está fadada a desaparecer neste início de século. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.

Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características para se moldar ao projeto masculino. A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma idéia prática de sobrevivência e pouco romântica por sinal.

A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente. Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficarem sozinhas e aprendendo a conviverem melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras. O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.

O homem é um animal que vai mudando o mundo e depois tem de ir se reciclando para se adaptar ao mundo que fabricou. Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria: ele se alimenta da energia que vem do outro, seja financeira seja moral.

A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado. Visa à aproximação de dois inteiros e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade. Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho mais preparado estará para uma boa relação afetiva. A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho. Ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.

Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém. Muitas vezes pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.

Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal. Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo e não a partir do outro.

Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um. O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.
Zenilce Vieira Bruno - Psicóloga, pedagoga e sexóloga - zenilcebruno@uol.com.br Fonte: Agencia da Boa Notícia)

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    Pobreza Extrema  



Francisco Braga Andrade 

O anúncio da primeira ação efetiva do novo governo, a criação de um programa, na área de Desenvolvimento Social, que pretende erradicar a pobreza extrema do País, promessa de campanha da Presente e reafirmada no discurso de posse, não poderia deixar de ser enaltecido por todos nós.

 O fim da miséria é tarefa difícil, mas possível e exige participação efetiva da sociedade, velando e denunciando, se necessário, as execuções das metas, para que um programa, tão bonito como esse, não fracasse, como o Fome Zero, sendo englobado pelo Bolsa Família, que deveria ser um programa emergencial e tornou-se contínuo. 

Nestas condições, são esmolas, que não enobrecem e nem dão oportunidade a ninguém. O trabalho em condições apropriadas, com remuneração digna, leva a vida a ser sempre alegre e produtiva, traz dignidade ao homem. A presidente Dilma Rousseff continua afirmando: "sua principal missão no comando do País será a luta pela erradicação da pobreza extrema e a criação de oportunidades para todos". 

Ela tem razão, pois negar a oportunidade de trabalho a uma pessoa é negar-lhe seus direitos humanos. Fiquei entusiasmado com as vertentes do plano: construir um programa de investimentos baseado na inclusão produtiva; ampliar a rede de serviços sociais do governo e transferência de renda. Lembro o filósofo popular Gonzagão: "uma esmola para o homem que está são, ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão". 

O desemprego leva ao ócio, que é o pai de todos os vícios e tem poderes devastadores sobre as famílias e as comunidades. Pela primeira vez, vejo um plano que faz bem a todos e é exeqüível: temos riqueza, assim como invejáveis progressos tecnológicos, para criar boa infra estrutura; o que não pode é a excessiva burocracia, os entraves internos de o governo ir contra o governo. 

Sonho com a ocupação deliberada e racional da Amazônia, que não pode permanecer pobre e estagnada, nem sofrer ameaças estrangeiras; com a apropriação e um desenvolvimento moderno, para o cerrado e a caatinga; sonho, ainda, com milhões de empregos e com a extinção deste flagelo vergonhoso, que é a pobreza extrema. Vamos sonhar juntos!
Fonte: Francisco Braga Andrade é professor universitário e membro da ACM. (Agencia da Boa Noticia)
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A Revolução Necessária 


Paulo Porto 

O Programa Internacional da Avaliação de Alunos (Pisa), aplicado em 65 países, divulgado em dezembro, coloca o Brasil em 53º lugar em leitura e ciências e 57º em matemática. Trágico. Porém, pode ser visto como uma grande oportunidade para fazermos nosso Ceará diferente.

A situação geral, principalmente no ensino fundamental, está longe de ser razoável. Há anos os poderes públicos enfrentam, sem sucesso, os mesmos problemas: falta de professores e de qualificação, escolas recém construídas sucateadas, desvio de recursos da merenda escolar e o ano letivo se arrastando para cobrir os dias parados de greve.

Para mudar radicalmente esse quadro não será o secretário A ou B. O que tem que mudar é o modelo. Tivemos uma revolução nos serviços públicos que foram concedidos. Por que não mudar os conceitos e a forma de fazer a educação pública? Por que não aproveitar o capital privado excedente, disposto a investir mediante uma mínima remuneração vinculada ao resultado?

Contraditoriamente, temos no Ceará e em Fortaleza uma das melhores redes de ensino privado, formando alunos que entram, com mérito, em qualquer universidade do País.

Precisa-se de uma escola do ensino fundamental para mil alunos num determinado bairro? O Município desapropria a área adequada, elabora o projeto, licita e outorga uma concessão por um tempo determinado. A empresa educacional vencedora que irá construir e manter o colégio será a que oferecer o menor custo por aluno.

O poder público poderia assim, focar nas suas reais e nobres funções: planejar, estabelecer as diretrizes, regular, fiscalizar e avaliar. Ganharíamos em eficiência na aplicação dos enormes recursos garantidos constitucionalmente. A educação continuaria pública e gratuita. Porém, concedida a sua gestão. O gestor privado teria metas pré-estabelecidas a cumprir. Caso contrário perderia a concessão e os bens seriam revertidos ao Estado ou ao Município.

Criaríamos uma chance para sairmos da mediocridade e do subdesenvolvimento crônico. Poderíamos ser um Estado singular na educação. Só com esse diferencial atrairíamos investimentos de forma sustentável, independente de gestões políticas.

Porque, como dizia nosso poeta Augusto Pontes, com o primário mal feito, não tem jeito.
Paulo Porto é geógrafo e empresário - pauloportolima@uol.com.br  Fonte:Agencia da Boa Notícia)

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