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Ano 4 - Edição 998 - Fortaleza - Abril de 2014

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quarta-feira, 16 de maio de 2012

BRASIL E O MUNDO RELIGIOSO COMEMORA HOJE, 23 DE ABRIL, O DIA DE SÃO JORGE, O SANTO DA CAPADÓCIA, OGUM PARA OS CULTOS AFROS-BRASILEIROS

OGUM : ELE ABRE OS CAMINHOS E NOS DEFENDE DAS DEMANDAS  E DO MAU
 São Jorge (275 - 23 de abril de 303) foi, de acordo com a tradição, um padre e soldado romano no exército do imperador Diocleciano, venerado como mártir cristão. Na hagiografia, São Jorge é um dos santos mais venerados no catolicismo (tanto na Igreja Católica Romana e na Igreja Ortodoxa como também na Comunhão Anglicana).

Na Umbanda , religião brasileira e no Candomblés da Bahia, e do Brasil é reverenciado como Ogum, o comandante, general, vendedor de demandas e das forças do mau. 

São Jorge é também imortalizado no conto em que mata o dragão e também é um dos Catorze santos auxiliares. Considerado como um dos mais proeminentes santos militares, sua memória é celebrada dia 23 de abril como também em 3 de novembro, quando, por toda parte, se comemora a reconstrução da igreja dedicada a ele na Lida (Israel), onde se encontram suas relíquias, erguida a mando do imperador romano Constantino I.

É o santo padroeiro em diversas partes do mundo: Inglaterra, Portugal, Geórgia, Catalunha, Lituânia, da cidade de Moscou e, extra-oficialmente, da cidade do Rio de Janeiro (título oficialmente atribuído a São Sebastião), além de ser padroeiro dos escoteiros, do S.C Corinthians Paulista e da Cavalaria do Exército Brasileiro.

 Há uma tradição que aponta o ano 303 como ano da sua morte. Apesar de sua história se basear em documentos lendários e apócrifos (decreto gelasiano do século VI), a devoção a São Jorge se espalhou por todo o mundo. A devoção a São Jorge pode ter também suas origens na mitologia nórdica, pela figura de Sigurd, o caçador de dragões.

No sincretismo religioso religião brasileira, a Umbanda, ele é p vencedor de demandas e comanda a falange de guardiães da fé, seus “soldados” nas batalhas entre o bem e o  mau. Na fé sincrética trabalha dentro desse dualismo místico ( que alguns chamam de metá-metá), mas na Umbanda e o general de Brigadas, o comandante das tropas brasileiras ( crença dos negros) na Batalha de Humaitá, na guerra do Brasil e Paraguai, dando  a vitória aos brasileiros.

Por isso numa de sua corimbas se canta seus feitos nessa guerra , dizendo que “Ogum quando foi a guerra, venceu a guerra e não perdeu soldados!” Sua saudação na Umbanda é : Ogum iê, Ogum é Patacuri !  Hoje, como São Jorge será venerado com missas em todo o país e nos centros de Umbanda como Ogum, por milhares de fieis. (Fonte: Umbanda e Wikipédia)

De acordo com a lenda, Jorge teria nascido na antiga Capadócia, região do centro da Anatólia que, atualmente, faz parte da República da Turquia. Ainda criança, mudou-se para a Palestina com sua mãe após seu pai morrer em batalha. Sua mãe, ela própria originária da Palestina, Lida, possuía muitos bens e o educou com esmero. Ao atingir a adolescência, Jorge entrou para a carreira das armas, por ser a que mais satisfazia à sua natural índole combativa.

Logo foi promovido a capitão do exército romano devido a sua dedicação e habilidade — qualidades que levaram o imperador a lhe conferir o título de conde da Capadócia. Aos 23 anos passou a residir na corte imperial em Nicomédia, exercendo a função de Tribuno Militar.

Nesse tempo sua mãe faleceu e ele, tomando grande parte nas riquezas que lhe ficaram, foi-se para a corte do Imperador. Jorge, ao ver que urdia tanta crueldade contra os cristãos, parecendo-lhe ser aquele tempo conveniente para alcançar a verdadeira salvação, distribuiu com diligência toda a riqueza que tinha aos pobres.

O imperador Diocleciano tinha planos de matar todos os cristãos e no dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com aquela decisão, e afirmou que os romanos deviam se converter ao cristianismo.

Brasão de Armas de Moscou, cidade que tem São Jorge como Padroeiro.

Todos ficaram atônitos ao ouvirem estas palavras de um membro da suprema corte romana, defendendo com grande ousadia a fé em Jesus Cristo. Indagado por um cônsul sobre a origem dessa ousadia, Jorge prontamente respondeu-lhe que era por causa da Verdade.

O tal cônsul, não satisfeito, quis saber: "O que é a Verdade?". Jorge respondeu-lhe: "A Verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis, e eu sou servo de meu redentor Jesus Cristo, e Nele confiando me pus no meio de vós para dar testemunho da Verdade."

Como Jorge mantinha-se fiel ao cristianismo, o imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado perante o imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar os ídolos. Todavia, Jorge reafirmava sua fé, tendo seu martírio aos poucos ganhado notoriedade e muitos romanos tomado as dores daquele jovem soldado, inclusive a mulher do imperador, que se converteu ao cristianismo. Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito, mandou degolá-lo no dia 23 de abril de 303, em Nicomédia (Ásia Menor).

Os restos mortais de São Jorge foram transportados para Lida (Antiga Dióspolis), cidade em que crescera com sua mãe. Lá ele foi sepultado, e mais tarde o imperador cristão Constantino mandou erguer suntuoso oratório aberto aos fiéis, para que a devoção ao santo fosse espalhada por todo o Oriente.

Pelo século V, já havia cinco igrejas em Constantinopla dedicadas a São Jorge. Só no Egito, nos primeiros séculos após sua morte, construíram-se quatro igrejas e quarenta conventos dedicados ao mártir. Na Armênia, em Bizâncio, no Estreito de Bósforo na Grécia, São Jorge era inscrito entre os maiores santos da Igreja Católica.
[editar]Disseminação da devoção a São Jorge


Castelo de São Jorge, Lisboa

Na Itália, era padroeiro da cidade de Gênova. Frederico III da Alemanha dedicou a ele uma Ordem Militar. Desde Dom Nuno Álvares Pereira, o santo é reconhecido como padroeiro de Portugal e do Exército. Na França, Gregório de Tours era conhecido por sua devoção ao santo cavaleiro; o Rei Clóvis dedicou-lhe um mosteiro, e sua esposa, Santa Clotilde, mandou erguer várias igrejas e conventos em sua honra. A Inglaterra foi o país ocidental onde a devoção ao santo teve papel mais relevante.

O monarca Eduardo III colocou sob a proteção de São Jorge a Ordem da Jarreteira, fundada por ele em 1330. Por considerá-lo o protótipo dos cavaleiros medievais, o rei inglês Ricardo I, comandante de uma das primeiras Cruzadas, constituiu São Jorge padroeiro daquelas expedições que tentavam reconquistar a Terra Santa dos muçulmanos.

No século XIII, a Inglaterra já celebrava o dia dedicado ao santo e, em 1348, criou a Ordem dos Cavaleiros de São Jorge. Os ingleses acabaram por adotar São Jorge como padroeiro do país, imitando os gregos, que também trazem a cruz de São Jorge na sua bandeira.

Ainda durante a Grande Guerra, muitas medalhas de São Jorge foram cunhadas e oferecidas aos enfermeiros militares e às irmãs de caridade que se sacrificaram ao tomar conta dos feridos de guerra.

As artes, também, divulgaram amplamente a imagem do santo. Em Paris, no Museu do Louvre, há um quadro famoso de Rafael, intitulado São Jorge vencedor do Dragão. Na Itália, existem diversos quadros célebres, como um de autoria de Donatello.
A imagem brasileira de São Jorge seria, possivelmente, de autoria de Martinelli.[1]

Padroeiro da Inglaterra

Não há consenso, porém, a respeito da maneira como teria se tornado padroeiro da Inglaterra. Seu nome era conhecido pelos ingleses e irlandeses muito antes da conquista normanda, o que leva a crer que os soldados que retornavam das cruzadas influíram bastante na disseminação de sua popularidade.

Acredita-se que o santo tenha sido escolhido o padroeiro do reino quando o rei Eduardo III fundou a Ordem da Jarreteira, também conhecida como Ordem dos Cavaleiros de São Jorge, em 1348. De acordo com a história da Ordem da Jarreteira, Rei Artur, no século VI,colocou a imagem de São Jorge em suas bandeiras.[2] Em 1415, a data de sua comemoração tornou-se um dos feriados mais importantes do país.

Hoje em dia na Inglaterra, todavia, a festa de São Jorge comemorada todo dia 23 de abril tem tido menos popularidade ao longo das últimas décadas. Algumas rádios locais, como a BBC já chegaram a promover enquetes perguntando qual seria, de acordo com a opinião pública, o orago dos ingleses, e eis que o eleito foi Santo Alba. Muitos fatores contribuíram a isso. Primeiramente por ter sido substituído, segundo bula do Papa Leão XIII de 2 de junho de 1893, por São Pedro como padroeiro da Inglaterra — recomendação que perdura até hoje.

Posteriormente, pelas reformas do Papa Paulo VI, São Jorge foi rebaixado a santo menor de terceira categoria (segundo hierarquia católica), cujo culto seria opcional nos calendários locais e não mais em caráter universal. No entanto, a reabilitação do santo como figura de primeira instância, e arcanjo, lembrando a figura do próprio Jesus Cristo, pelo Papa João Paulo II em 2000, conferiu nova relevância a São Jorge.

Atualmente, haja vista a grande popularidade e apelo turístico de festas como a escocesa St. Andrew's Day, a irlandesa St. Patrick's Day e mesmo a galesa St. Dave's Day, têm-se formado grande iniciativa de setores nacionalistas para que o St. George's Day volte a gozar da mesma popularidade entre os ingleses como antigamente.
[editar]Padroeiro de Portugal

Pensa-se que os Cruzados ingleses que ajudaram o Rei Dom Afonso Henriques a conquistar Lisboa em 1147 terão sido os primeiros a trazer a devoção a São Jorge para Portugal. No entanto, só no reinado de Dom Afonso IV de Portugal que o uso de "São Jorge!" como grito de batalha se tornou regra, substituindo o anterior "Sant'Iago!". O Santo Dom Nuno Álvares Pereira, Condestável do Reino, considerava São Jorge o responsável pela vitória portuguesa na batalha de Aljubarrota. O Rei Dom João I de Portugal era também um devoto do Santo, e foi no seu reinado que São Jorge substituiu Santiago como padroeiro de Portugal. Em 1387, ordenou que a sua imagem a cavalo fosse transportada na procissão do corpo de Cristo. Assim, séculos mais tarde, chegaria ao Brasil.

Padroeiro da Catalunha

A presença documental da devoção a São Jorge em terras catalãs remonta ao século VIII: documentos da época falam de um sacerdote de Tarragona chamado Jorge que fugiu para a Itália. Já no século X, um bispo de Vic tinha o nome de Jorge, e no século XI o abade Oliba consagrou um altar dedicado ao santo no mosteiro de Ripoll. Encontram-se exemplos do culto a São Jorge dessa época, na consagração de capelas, altares e igrejas em diversos pontos da Catalunha.

Os reis catalães mostraram a sua devoção a São Jorge: Tiago I de Catalunha explica em suas crônica que foi visto o santo ajudando os catalães na conquista da cidade de Malorca; Pedro o Cerimonioso fundou uma ordem de cavalaria sob a sua proteção; Afonso, o Magnânimo dedicou-lhe capelas nos reinos da Sardenha e Nápoles.

Os reis e a Generalidade da Catalunha impulsionaram a celebração da festa de São Jorge por todas as regiões catalãs. Em Valência, em 1343, já era uma festa popular; em 1407, Mallorca celebrava-a publicamente.

Em 1436, a Generalidade da Catalunha propôs, nas côrtes reunidas em Montsó, a celebração oficial e obrigatória de São Jorge; em 1456, as côrtes reunidas na Catedral de Barcelona ditaram uma constituição que ordenava a festa, inclusa no código das Constituições da Catalunha. As remodelações do Palácio da Generalidade (sede do governo catalão) feitas durante o século XV são a prova mais clara da devoção impulsionada por esse órgão público, ao colocar um medalhão do santo na fachada gótica e ao construir no interior a capela de São Jorge.
[editar]A Lenda do Dragão e da Princesa

Imagem do santo localizada na Igreja de São Jorge no Centro do Rio de Janeiro
Baladas medievais contam[3] que Jorge era filho de Lorde Albert de Coventry. Sua mãe morreu ao dá-lo à luz e o recém nascido Jorge foi roubado pela Dama do Bosque para que pudesse, mais tarde, fazer proezas com suas armas.

O corpo de Jorge possuia três marcas: um dragão em seu peito, uma jarreira em volta de uma das pernas e uma cruz vermelho-sangue em seu braço. Ao crescer e adquirir a idade adulta, ele primeiro lutou contra os sarracenos e, depois de viajar durante muitos meses por terra e mar, foi para Sylén, uma cidade da Líbia.

Nesta cidade, Jorge encontrou um pobre eremita que lhe disse que toda a cidade estava em sofrimento, pois lá existia um enorme dragão cujo hálito venenoso podia matar toda uma cidade, e cuja pele não poderia ser perfurada nem por lança e nem por espada. O eremita lhe disse que todos os dias o dragão exigia o sacrifício de uma bela donzela e que todas as meninas da cidade haviam sido mortas, só restando a filha do rei, Sabra, que seria sacrificada no dia seguinte ou dada em casamento ao campeão que matasse o dragão.

 Casamento de São Jorge e Sabra

Ao ouvir a história, Jorge ficou determinado em salvar a princesa. Ele passou a noite na cabana do eremita e quando amanheceu partiu para o vale onde o dragão morava. Ao chegar lá, viu um pequeno cortejo de mulheres lideradas por uma bela moça vestindo trajes de pura seda árabe.

Era a princesa, que estava sendo conduzida pelas mulheres para o local do sacrifício. São Jorge se colocou na frente das mulheres com seu cavalo e, com bravas palavras, convenceu a princesa a voltar para casa.
O dragão, ao ver Jorge, sai de sua caverna, rosnando tão alto quanto o som de trovões.

Mas Jorge não sente medo e enterra sua lança na garganta do monstro, matando-o. Como o rei do Marrocos e do Egito não queria ver sua filha casada com um cristão, envia São Jorge para a Pérsia e ordena que seus homens o matem. Jorge se livra do perigo e leva Sabra para a Inglaterra, onde se casa e vive feliz com ela até o dia de sua morte, na cidade de Coventry.

De acordo com a outra versão, Jorge acampou com sua armada romana próximo a Salone, na Líbia. Lá existia um gigantesco crocodilo alado que estava devorando os habitantes da cidade, que buscaram refúgio nas muralhas desta. Ninguém podia entrar ou sair da cidade, pois o enorme crocodilo alado se posicionava em frente a estas.

 O hálito da criatura era tão venenoso que pessoas próximas podiam morrer envenenadas. Com o intuito de manter a besta longe da cidade, a cada dia ovelhas eram oferecidas à fera até estas terminarem e logo crianças passaram a ser sacrificadas.
O sacrifício caiu então sobre a filha do rei, Sabra, uma menina de quatorze anos.

Vestida como se fosse para o seu próprio casamento, a menina deixou a muralha da cidade e ficou à espera da criatura. Jorge, o tribuno, ao ficar sabendo da história, decidiu pôr fim ao episódio, montou em seu cavalo branco e foi até o reino resgatá-la. Jorge foi até o reino resgatá-la, mas antes fez o rei jurar que se a trouxesse de volta, ele e todos os seus súditos se converteriam ao cristianismo.

 Após tal juramento, Jorge partiu atrás da princesa e do "dragão". Ao encontrar a fera, Jorge a atinge com sua lança, mas esta se despedaça ao ir de encontro à pele do monstro e, com o impacto, São Jorge cai de seu cavalo. Ao cair, ele rola o seu corpo, até uma árvore de laranjeira, onde fica protegido por ela do veneno do dragão até recuperar suas forças.


Ao ficar pronto para lutar novamente, Jorge acerta a cabeça do dragão com sua poderosa espada Ascalon. O dragão derrama então o veneno sobre ele, dividindo sua armadura em dois. Uma vez mais, Jorge busca a proteção da laranjeira e em seguida, crava sua espada sob a asa do dragão, onde não havia escamas, de modo que a besta cai muito ferida aos seus pés. Jorge amarra uma corda no pescoço da fera e a arrasta para a cidade, trazendo a princesa consigo.

A princesa, conduzindo o dragão como um cordeiro, volta para a segurança das muralhas da cidade. Lá, Jorge corta a cabeça da fera na frente de todos e as pessoas de toda cidade se tornam cristãs.

O dragão (o demônio) simbolizaria a idolatria destruída com as armas da Fé. Já a donzela que o santo defendeu representaria a província da qual ele extirpou as heresias.
[editar]São Jorge, a Lua e os Orixás

A ligação de São Jorge com a lua é algo puramente brasileiro, com forte influência da cultura africana. Tal associação se dá porque na religião do candomblé, predominantemente na Bahia, o santo é associado a Oxossi, orixá associado à lua. Na religião da umbanda, o santo é associado a Ogum. A tradição diz que as manchas apresentadas pela lua representam o milagroso santo, seu cavalo e sua espada pronto para defender aqueles que buscam sua ajuda.

São Jorge na cultura popular

Dia 23 de abril, para as religiões afro-brasileiras, é o dia em que se fazem homenagens ao santo.

Jorge de Capadócia é uma música de Jorge Ben, interpretada também por Caetano Veloso, Fernanda Abreu e pelos Racionais MC's. As tatuagens com o santo estão entre as que fazem mais sucesso no Brasil.

São Jorge é tido como o padroeiro do Corinthians. Acredita-se que sua história de devoção e fidelidade à Verdade cristã até o fim de seu martírio seja a origem do termo "Fiel", popular entre os torcedores e presente em várias agremiações corintianas.
Existe um romance sobre São Jorge criado pelo escritor italiano Tito Casini chamado Perseguidores e Mártires (no Brasil, editado pelas Edições Paulinas, por volta de 1960).

No livro, São Jorge é retratado como o verdadeiro paladino da Capadócia que, apesar de ser perseguido pelo tirano imperador Diocleciano, manteve-se fiel ao Império Romano, mas também a Cristo e se recusou a contrair alianças com o genro do imperador, Galério, que pretendia ter o apoio do conde da Capadócia para deliberar um golpe contra Diocleciano, o que terminantemente, o santo militar recusou.

A banda inglesa Iron Maiden fala de São Jorge na música "Flash of the Blade", no álbum Powerslave.
A banda brasileira Angra utilizou a imagem do santo na capa do álbum Temple of Shadows.

Zeca Pagodinho gravou recentemente em seu álbum "Uma Prova de Amor" a música "Ogum" com uma letra com um forte apelo ao sincretismo, a oração de São Jorge é feita no trecho final da música pelo cantor e compositor Jorge Ben.
Moacyr Luz e Aldir Blanc fizeram a música "Medalha de São Jorge" em homenagem ao santo. PESQUISA: WIKIPÉDIA.

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sábado, 21 de janeiro de 2012

Desde a criação em 2007, a entidade, com ajuda de profissionais de saúde e voluntários, presta apoio aos pacientes com leucemia, linfoma, mieloma e outras patologias afins.


GRUPO CRIA ASSOCIAÇÃO PARA APOIO AO PACIENTE ONCO-HEMATOLÓGICO

Um grupo de pacientes do Ambulatório de Hematologia do Hospital Universitário Walter Cantídio, da Universidade Federal do Ceará, preocupados em minimizar o sofrimento uns dos outros, reuniram-se e organizaram uma associação: Grupo de Apoio ao Paciente Onco- Hematológico (GAPO).

Desde a criação em 2007, a entidade, com ajuda  de profissionais de saúde e voluntários, presta apoio aos pacientes com leucemia, linfoma, mieloma e outras patologias afins.

A  Presidente da ONG, Velúzia Medeiros, ela mesmo transplantada de medula óssea, busca agregar outras pessoas para realizar um trabalho em favor dos pacientes necessitados.

 Este ano, no período de 23 a 27 de janeiro, a entidade vai receber inscrições de candidatos ao trabalho voluntário. O interessado deve ser maior de idade e ter disponibilidade de, pelo menos, quatro horas semanais para se dedicar ao trabalho.

Precisa também, segundo Velúsia, basear-se nos critérios de compromisso, doação, disponibilidade, sensibilidade, metas, alegria, empatia, “chegar junto”.  O interessado pode entrar em contato  pelo telefone (085) 3223.2624  no horário de 8h às 12h.

O alto custo da medicação, a necessidade de locomoção para as consultas e de  informações precisas sobre sua patologia e tratamento são algumas questões que o paciente enfrenta.

Sensível a essas questões, a Presidente da ONG, Velúzia Medeiros, começou a motivar outras pessoas e hoje o GAPO é uma instituição civil sem fins lucrativos, formado por pacientes e familiares dos portadores de doenças onco–hematológica.

A entidade se mantém com recursos adquiridos com a venda de produtos de doações, feitos por empresas privadas e pelos próprios pacientes e familiares, que também fazem doações financeiras e de mão de obra.

Com a realização de bazar para venda de roupas e sapatos novos e usados, o Gapo gera recursos para aquisição de alimentos e manutenção da casa de acolhimento. Outra fonte de renda é por meio do Programa sua Nota Vale Dinheiro, da Secretaria da Fazenda.

-Com a arrecadação dos cupons fiscais são adquiridos vales transportes e lanches que são distribuídos diariamente para os pacientes do ambulatório de Hematologia do Hospital Universitário Walter Cantídio/UFC, explica.

O Grupo garante também o aluguel de um espaço onde funciona a sede (Rua Samuel Uchoa, 1388 – Rodolfo Teófilo) e casa de apoio para os pacientes oriundos do interior do Estado. Eles vêm para a consulta pela manhã e, de acordo com Velúsia, passam o dia em Fortaleza “porque o transporte da Prefeitura só os busca no turno da tarde.”

Outro serviço prestado é o de assessoria jurídica. Velúsia afirma que a entidade tem obtido êxito nos casos de garantir, aos pacientes, medicamentos de alto custo que a Secretaria de Saúde não contempla no seu protocolo.

A Presidente do Gapo ressalta a atenção dada às campanhas de conscientização sobre as doenças onco-hematologicas e à imporância do Transplante de Medula Óssea (TMO).

Todo mês, o GAPO realiza encontro com pacientes do Ambulatório de Hematologia do Hospital Geral de Fortaleza (HGF). “Com a equipe médica, nossos voluntários conseguem dar assistência àqueles pacientes que, por estarem hospitalizados, não podem se deslocar até a sede da instituição.

Este ano iniciamos o mesmo trabalho no Ambulatório de Hematologia da Santa Casa de Misericórdia, o beneficio que estes pacientes têm recebido é de grande valia para todos nós”,

Segundo ela, a intenção é estender o método de trabalho do GAPO a outras unidades de saúde, “promovendo a troca de experiências e o vinculo familiar, enfim a segurança que o paciente sente em saber que pode chegar e ser acolhido com amor. Sabemos que são muitos os que ficam internados longe de seus familiares e amigos aguardando ansiosos por sua alta para retornarem ao seio familiar”.

Quem se sentir sensibilizado e desejar colaborar o GAPO pode entrar em contato com a entidade. De acordo com Velúsia, são bem-vindas, doações de mão-de-obra, roupas novas e usadas, produtos não perecíveis e doação financeira pela Conta N° 1138-8  Op. 003  Ag  1469 da Caixa Econômica Federal.

Para quem não pode fazer doação de natureza material, mas pode doar tempo, Velúsia tem um recado especial: "Doar um pouco do sue tempo a quem acha que não há mais tempo pra nada faz toda diferença na vida de quem recebe um diagnostico de câncer. É o renascimento para uma nova vida."

Mais informações: Velúzia Maria G. Medeiros, presidente do GAPO – (fone: 85 3223 2624 / 8822 7700)
Fonte: Agência da Boa Notícia – (fone: 85 3224 5509)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011


CÓDIGO FLORESTAL APROVADO COM CINCO DESTAQUES PELA

COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE DO SENADO

Brasília - A Comissão de Meio Ambiente do Senado concluiu na quinta-feira (24) a votação do substitutivo do novo Código Florestal Brasileiro. A sessão da manhã foi destinada apenas à votação dos destaques apresentados pelos membros da comissão. O texto-base do relator Jorge Viana (PT-AC) foi aprovado na quarta (23).

Foram apresentados 77 destaques, dos quais apenas cinco foram aprovados. O mais importante deles determina que não podem ser consideradas como áreas consolidadas aquelas de preservação permanente que estiverem dentro de unidades de Conservação de Proteção Integral.

O destaque foi colocado porque o relator incluiu no texto que os desmatamentos feitos até julho de 2008 são considerados consolidados, e as multas aplicadas para os que fossem feitos após essa data poderiam ser convertidas para a recomposição da reserva legal.

Com o destaque do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) aprovado, os imóveis inseridos nas unidades de conservação não poderão ser anistiadas e o proprietário, possuidor ou ocupante terá que recuperar as áreas de preservação permanente que tiverem desmatado.

Outros dois destaques aprovados tratam de situações que envolvem as queimadas. Com texto semelhante, eles preveem que em caso de uso irregular de fogo a responsabilidade pela infração terá que ser apurada junto com o nexo causal. Ou seja, será necessário comprovar que o dano causado ao ambiente foi realmente provocado pelo autor da queimada inicial.

O texto do código que será encaminhado para o plenário do Senado incluirá ainda um destaque que trata da criação de um sistema nacional para controle da origem de madeiras, carvão e de outros produtos e subprodutos florestais.

Os estados deverão abastecer o sistema nacional e disponibilizar as informações também na internet. O mesmo destaque prevê ainda que o órgão federal que coordenar o sistema terá poder de polícia para fiscalizar os dados que constarem nele.

Quando estava na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o texto do novo código recebeu do relator, senador Luiz Henrique (PMDB-SC), a definição sobre o que pode ser considerada atividade de interesse social e utilidade pública.

De acordo com Luiz Henrique, essas atividades embasam a anistia em áreas consolidadas até 2008 e incluem as relacionadas à segurança nacional e sanitária, espaços destinados a infraestrutura de serviços públicos, obras de defesa civil, regularização de assentamentos humanos ocupados por pessoas pobres, infraestrutura pública de lazer e cultura, entre outras. Um destaque aprovado hoje determina também que atividades similares a essas e que forem definidas pelo presidente da República poderão ser enquadradas como de utilidade pública ou de interesse social.

Ao fim da votação, a maior parte dos senadores considerou que o substitutivo de Jorge Viana promove avanços em relação ao texto enviado pela Câmara. O presidente da Comissão de Meio Ambiente, senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), acredita que a proposta será aceita pelos deputados quando voltar à Câmara, depois de ser aprovada no plenário do Senado.

-Foi o entendimento que era possível de ser aprovado pelos plenários do Senado e da Câmara. Um entendimento pelo Brasi, disse.
Para o relator, a possibilidade de os produtores rurais poderem converter as multas ambientais em recomposição das áreas desmatadas irregularmente, fará com que o Brasil inicie um processo de recuperação das áreas de preservação ambiental.

-Está muito claro, com os instrumentos que o governo federal terá depois do novo código, que o Brasil terá um dos mais bonitos programas de recomposição ambiental do planeta, declarou Viana ao fim da votação.

O relator garante que não houve anistia aos desmatadores, porque eles terão que recuperar as matas que foram cortadas. “Muitos tentaram, ocuparam cargos no governo e não conseguiram trazer uma única árvore de volta. Com o novo código, nós vamos recompor senão os 20 milhões de hectares [desmatados], pelo menos boa parte deles”, completou.

Mas um dos principais oposicionistas ao texto, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), acredita que a possibilidade de grandes produtores rurais se livrarem de suas multas ambientais vai estimular novos desmatamentos.

-O texto consolida a anistia aos desmatadores, disse. “Quando eles juntarem todas as emendas vão ver que abre espaço a novos desmatamentos. Acho que prejudicaram muito o texto original do senador Jorge Viana, declarou o senador do PT fluminense.

Uma pequena manifestação de estudantes também causou alguma tensão entre os membros da CMA. Apesar de pequeno número, os estudantes carregavam faixas acusando os relatores, Jorge Viana e Luiz Henrique, de terem cedido a pressões ruralistas em detrimento do meio ambiente.

Apesar disso, não houve confusão com a Polícia Legislativa e o grupo foi embora após a votação dos destaques. O novo Código Florestal entra na pauta do Senado com requerimento de urgência a partir de sexta-feira (25).( Fonte: JB)

sábado, 5 de novembro de 2011


LULA CONCLUIU NO SÁBADO 1ª FASE DO TRATAMENTO
CONTRA O CÂNCER
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concluiu na noite de sábado,(5), a primeira fase do tratamento contra o tumor na laringe. Uma equipe do Hospital Sírio-Libanês, chefiada pelo médico Ricardo Kalil, foi à casa do ex-presidente em São Bernardo do Campo (Grande SP), por volta das 18h30.

Eles foram retirar a bolsa de infusão, que leva o quimioterápico ao sangue por meio de um cateter, implantado na clavícula. O cateter não é retirado do corpo. Lula deve voltar a receber uma nova rodada de medicação no final de novembro.

Na sexta-feira (4), Lula recebeu a visita da ministra do Planejamento, Miriam Belchior e do prefeito da cidade, Luiz Marinho (PT). Segundo eles, Lula voltará na segunda-feira (7) a dar expediente no escritório no Instituto Cidadania, que fica no bairro do Ipiranga, em São Paulo.

Uma das primeiras reuniões será com a senadora Marta Suplicy (PT-SP), que anunciou que não será mais candidata à Prefeitura de São Paulo.

Lula deve ainda se reunir com outros pré-candidatos do PT. Seu preferido na disputa é o ministro da Educação Fernando Haddad.O ex-presidente Lula foi diagnosticado com tumor no dia 28 de outubro e iniciou o tratamento no dia 31.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

COMO A IMPRENSA DO MUNDO VÊ O CÂNCER DE LULA


CÂNCER DE LULA MEXE
COM A  IMPRENSA
DO MUNDO:
Câncer acontece quando Lula ainda é 'mais dominante' no Brasil, diz 'New York Times'

Lula foi diagnosticado com câncer e começou quimioterapia na segunda-feira. O diagnóstico do câncer do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva repercutiu na imprensa internacional domingo,(30). O jornal americano The New York Times publicou uma reportagem na qual afirma que o diagnóstico do câncer acontece em um momento em que o ex-presidente é visto como dominante na política brasileira.

"A revelação da sua condição acontece em um momento em que ele ainda é admirado aqui como o líder político contemporâneo mais dominante do Brasil", escreve o jornalista do New York Times Simon Romero, do Rio de Janeiro.

"Desde que deixou a presidência, Silva, um ex-líder sindical, manteve ampla influência na política brasileira. Ele viajou muito dentro do Brasil e no exterior, fazendo discursos por cachês altos, e na semana passada ele apareceu ao lado [da presidente Dilma] Rousseff na inauguração de uma ponte na cidade amazônica de Manaus."

O New York Times diz que a notícia sobre Lula mostra um "contraste grande" em relação à forma como o presidente venezuelano, Hugo Chávez, revelou seu câncer, em junho.

Enquanto o brasileiro optou por revelar rapidamente a doença, Chávez "surpreendeu os venezuelanos" ao anunciar que já havia sido submetido a uma cirurgia, segundo o New York Times. O jornal também lembra que o venezuelano nunca revelou o tipo de câncer que teve.

Lula foi diagnosticado com câncer na laringe. A informação foi divulgada no sábado pelo hospital Sírio-Libanês, onde o ex-presidente fez exames após se queixar de dores na garganta. Ele começará quimioterapia na segunda-feira.
'Incerteza'
Uma reportagem do jornal argentino La Nacion afirma que o câncer do ex-presidente desperta incerteza entre os brasileiros sobre o futuro político de Lula.

"A inesperada notícia sobre a doença surpreendeu a todos os brasileiros e despertou uma grande incerteza sobre um eventual regresso de Lula à Presidência do Brasil, onde ele mantinha uma enorme influência política no atual governo", escreve o jornal argentino.

O La Nacion diz que o "carismático e popular" ex-presidente brasileiro terá pela frente uma "nova e inesperada batalha".

Já o jornal argentino El Clarin destacou que a notícia sobre a doença de Lula "surpreendeu os veículos brasileiros de imprensa", já que o ex-presidente havia anunciado que tinha começado a deixar de fumar cigarrilhas.

O El Clarin também destacou a repercussão da doença no Twitter, com várias mensagens de solidariedade acompanhadas das hashtags #vivalula e #forçalula.

O jornal espanhol El País disse que a notícia sobre Lula "correu como pólvora em todo o país".

Já o americano The Wall Street Journal destaca a importância "literal" da voz de Lula na política brasileira.
"Muito do sucesso de Lula se deve à sua voz. Como um país grande e recentemente industrializado sofrendo com uma ditadura militar, os sindicatos brasileiros estavam maduros para um rompimento nos anos 70", escrevem os jornalistas Matthew Cowley e Tom Murphy.

"No sentido literal, Lula, um ex-sindicalista, deu aos trabalhadores uma voz." BBC DO BRASIL

Câncer pode “dar mais peso”
a indicações de Lula, diz “Economist”

Para revista, palavras de Lula podem ser econômicas, mas serão influentes

Uma reportagem publicada na edição de sexta-feira da revista The Economist afirma que o câncer deve reduzir a participação do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva nas eleições municipais de 2012 mas dar, por outro lado, mais peso a suas indicações de candidatos.

A reportagem intitulada "Uma nova batalha para Lula" analisa as implicações políticas do diagnóstico do câncer do ex-presidente, que começou a fazer tratamento de quimioterapia no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, nesta semana.
"Tirando uma recuperação impressionante, os candidatos do PT em 2012 terão de fazer campanha sem ele (Lula)", avalia a revista.

"Mas as palavras que ele proferir serão difíceis de ignorar. O sentimento de solidariedade com ele dará mais peso às suas indicações de candidatos e pedidos de unidade na coalizão."

O artigo rejeita as alegações, feitas por críticos, de que a atual presidente, Dilma Rousseff, discípula de Lula, age na sombra de seu mestre. "Ela pode facilmente permanecer de pé nas próprias pernas", afirma.

"O seu forte desempenho afastou a ideia, e o próprio Lula já disse que apoiaria a sua reeleição em 2014."
Sobre a possibilidade de o próprio Lula sair candidato nas próximas eleições presidenciais, como, segundo a revista, têm sugerido diversos membros do PT, a reportagem diz que esta hipótese fica mais distante - por enquanto - com o câncer de Lula.

"Como Dilma Rousseff mesmo comprova, sobreviventes de câncer podem ser eleitos presidente do Brasil. Mas embora os médicos de Lula digam que o prognóstico dele é 'muito bom', tais vozes agora devem ficar em silêncio - pelo menos por enquanto." BBC DO BRASIL

domingo, 2 de outubro de 2011

JM OPINIÕES : AS MELHORES DO MÊS DE OUTUBRO

A FORÇA DA FIFA E A 
SOBERANIA NACIONAL


IGOR MOREIRA PINTO

A sigla de FIFA poderia ser: faço inclusive o que fazem as nações. Com pompas de estado/nação a organização que rege o futebol mundial, vende caro o seu maior produto: o futebol. Negócio que dá rios de dinheiro e enriquece muitos bolsos, enriquecimento fraudulento ou não a entidade parece ser dominada pelo poder. Com postura despretensiosa invade as nações e pelo período que dura à competição é estabelecido um governo paralelo.

Toda Copa do Mundo é a mesma coisa, sorteia-se o país sede que antes percorrera uma esfera de negociações políticas, estruturais, sociais, turísticas e até filosóficas, além dos tramites legais ou ilegais. As potências mundiais se curvam em troca do status e de altos lucros, temporários e por vezes arbitrários.

A FIFA têm um modo muito próprio, faz parcerias exclusivas e impõe um padrão coercitivo onde “manda quem pode, obedece quem têm juízo” e ai dos que não se agacharem. Os países esquecem sua soberania, pensam no momento, na vitrine e nas transformações advindas dos mega eventos, tais como a já falada Copa do Mundo as Olimpíadas e outras Copas.

Chegou à vez do Brasil, depois de muito esperar o povo brasileiro vai sediar a sua maior paixão: Copa do Mundo de futebol, e de quebra os Jogos Olímpicos. Parece um sonho, conquistamos o direito em meio a grandes potências e cidades. Nos bastidores: o estabelecimento de um país agora acreditado e bem visto aos olhos do mundo.

Para atender o padrão FIFA é preciso “vender a alma ao diabo”. Muitas concessões hão de ser feitas, as leis do país hão de serem alteradas e o governo brasileiro? Ficará engessado? Deixará temporariamente de dar as cartas? Acho que sim, está tudo encaminhado, é difícil voltar atrás, outros países já se renderam pela vaidade, política, dinheiro e vantagens diversas. É a vez do Brasil: “ajoelhou, têm que rezar”.

Igor Moreira Pinto( igorp2008@gmail.com)


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Dia dos Animais: 4 de outubro
 Geuza Leitão
Em muitos momentos da vida de São Francisco, foram ressaltados o respeito ao meio ambiente. Por isso a Igreja Católica o elegeu Padroeiro da Ecologia, inserindo no calendário, a data de 4 de outubro, como o Dia dos Animais. Contudo, ainda podemos testemunhar crueldades contra os bichos e a tendência do homem de considerá-los seres inferiores, cujo único propósito na existência ser apenas servi-lo, continuando com a teoria antropocentrista, relutando em abandonar os benefícios que emergem do uso de animais para o consumo, pesquisa, divertimento e trabalho forçado.

O animal não é algo inanimado, é um ser vivente e senciente, têm sua vida própria que é importante para eles independentemente da utilidade deles para nós.  Eles não estão apenas no mundo, têm consciência disso. O que lhes acontece tem importância para eles. Cada um tem uma vida que pode ocorrer melhor ou pior. Essa vida inclui uma série de necessidades biológicas, individuais e sociais. A satisfação dessas necessidades é uma fonte de prazer e a frustração ou abuso, uma fonte de sofrimento.

E assim sendo, a ética do nosso relacionamento com os animais deve reconhecer os mesmos princípios morais fundamentais que se deve ter para com os seres humanos. No seu nível mais profundo, a ética humana é baseada no valor individual de cada indivíduo: o valor moral de qualquer ser humano não deve ser medido pela utilidade que um tenha para satisfazer o interesse de outro. Tratar seres humanos de maneira a não honrar o seu valor independente é violar o mais básico dos direitos humanos, ou seja, o direito de cada pessoa ser tratada com respeito.

Por conseguinte, todos os seres, independentemente de sua espécie, raça ou sexo, devem ser respeitados. As mulheres não existem para servir os homens, os negros para servir aos brancos, os pobres para servir aos ricos, os fracos para servir os fortes, assim como os animais ditos irracionais não existem para servir ao homem. Conscientizar as pessoas que os animais também são seres que sentem e sofrem, é o nosso principal objetivo nesse dia que lhes é consagrado.
Geuza Leitão - presidente da União Internacional Protetora dos Animais (Uipa)

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QUE ESPERANÇA !
VALCIR MACHADO
Como vou lamentar se a cidade é fantástica!!! Verdade... não existe aeroporto ainda. Também, como justificar um para atender a 14 mil habitantes? Claro que não tem e claro que tão cedo não terá. E isso é apenas mais um dos encantos de lá.

Como sempre, tive que ir à rodoviária para agendar minha viagem pro 'lado de lá do Ceará'. Trajeto demorado, mas prazeroso, só por saber que em apenas 6 horas de sono profundo - geralmente durmo a viagem inteira - estarei chegando perto do paraíso, não fosse o reinado PSDBista há quase duas décadas. Costumo dizer que nenhum povo merece a desdita de ter um mesmo grupo no poder por muito tempo, sob pena desse grupo se apoderar da região pra si, se apoderar do próprio povo. E é exatamente isso o que acontece por lá.

Paro no semáforo e sem ter o que fazer, enquanto rola a discreta suavidade de Enya, olho absorto ao meu redor e vejo na esquina um velho senhor aparentando seus 70 anos, sentado no chão de chapéu e óculos escuros, com uma latinha de goiabada sem a tampa bem à sua frete, como se largada ali perto de suas pernas.

Pobre cego, pensei! Não precisava ser nenhum gênio para deduzir isso: sentado e encolhido na calçada, de chapéu e óculos escuros, cabeça reclinada para frente como quem ora e a mão estendida como quem suplica.

Temos o reflexo mental de nos apiedar de cenas como esta. Logo pensamos no contexto social injusto a que os políticos nacionais nos impõem dia após dia, década após década, em mandatos sucessivos impregnados de profissionais inertes e inférteis. Como posso combater isso se nada sou além de cidadão!!!

Fico apreensivo ao ver que na mesma calçada, indo na direção daquele senhor sentado, aparece outro mendigo, este com uma aparência menos humilde, mais debochada e de aspecto mais maltrapilho, muito mais sujo por sinal. Aproxima-se aos poucos, passos lentos e vacilantes, andando bem perto do muro como se não quisesse ser notado.

Com a escola que temos e que nos é imposta de cima pra baixo - entenda-se casos Mensalão, Palocci, filhos ricos de Lula, falcatruas no Congresso, no STF e adjacências -, lógico que me veio um pensamento mau, porém inevitável: ele irá se aproveitar do pobre cego e levar o apurado do dia. Nossa!!! Gelei com a possibilidade de presenciar uma cena tão mesquinha, tão vil, tão humilhante que seria um necessitado agredindo outro, como se dois ursos famintos disputassem o mesmo peixinho de um aquário.

O maltrapilho se aproxima; engatilho abrir a porta do carro; tiro o cinto de segurança; abro a porta e já estou em pé fora do carro pronto para interceder; o maltrapilho se agacha em frente à latinha de goiabada; já estou contornando o carro; ele pega uma moeda que está no chão ao lado da latinha e a coloca de volta; e segue seu caminho trôpego, ora no muro, ora na guia.

E agora..., como justificar que alguns, apenas pela ambição e pela vaidade do acúmulo de riquezas, se corrompam!!!
Valcir Machado – servidor público e blogueiro

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TSURU PRA VOCÊ !
SILAS FALCÃO
Você  já ouviu falar do tsuru? É uma ave típica do Japão e é considerada como símbolo da felicidade e da longevidade. A arte do origami – dobraduras em papel – se inspirou nessa ave para criar uma de suas mais conhecidas formas, e que muitos consideram como símbolo dessa arte japonesa: o tsuru.

Sobre esses tsurus de papel, criou-se a lenda que se uma pessoa fizesse mil dessas dobraduras e durante esse trabalho mentalizasse um desejo, quando completadas as mil aves de papel esse desejo se realizaria. A partir dessa lenda surgiu uma das mais belas histórias de esperança e luta pela vida que conhecemos.

Na ensolarada manhã de 6 de agosto de 1945, ocorreu um dos mais trágicos extermínios da história da humanidade: os Estados Unidos detonaram duas bombas atômicas. A primeira caiu sobre Hiroshima, no Japão, a pouco mais de 1 quilômetro da casa da Sadako Sasaki, na época com dois anos. A mãe de Sasaki conseguiu salvá-la da explosão, mas, após a explosão, as duas foram atingidas pela chuva radioativa.

Sasaki viveu normalmente até os 12 anos de idade, quando descobriu que estava com leucemia. Em tratamento no hospital ela recebeu a visita de uma amiga que contou a lenda dos mil tsurus de papel. Sasaki começou a fazer as dobraduras, mentalizando sempre a sua cura, para que ao final do trabalho ela saísse do hospital livre desse câncer.

Mas ela não teve forças para completar os mil pássaros de papel. Até o dia 25 de outubro de 1955, data do seu falecimento, ela fez 964 tsurus. A notícia do esforço de Sasaki se espalhou pelo Japão e pelo mundo, e milhares de pessoas começaram a fazer tsurus de papel para homenagear Sasaki e iniciaram uma campanha para a construção de um monumento, em Hiroshima, em sua memória e dos milhares de outras crianças mortas, feridas, doentes em decorrência da bomba.

O apelo popular foi atendido e em 5 de maio de 1958 foi inaugurado, em Hiroshima, no Parque da Paz, o Monumento da Paz das Crianças. A história de Sadako Sasaki é considerada como um dos símbolos da luta pelo fim das armas nucleares, e a vontade de viver dessa japonesa, que mesmo doente se pôs a fazer mil tsurus de papel, são vistas como um símbolo da paz, tanto que no dia 6 de agosto – o Dia da Paz – milhares de pessoas enviam tsurus ao Monumento da Paz das Crianças, para mostrar que a esperança e o desejo de dias melhores ainda permanecem em nosso planeta.

Todos os dobradores conhecem a história de Sadako, que ao dobrar cada um dos tsurus, dizia: “Vou escrever Paz nas tuas asas e vais voar à volta do mundo”. E assim a sua prece era não só pela cura e pela felicidade, mas também pela Paz. No Japão e no ocidente milhões de crianças e adultos dobram mil tsurus de papel para enviar para o Parque da Paz como uma oração pela Paz.

O Tsuru de papel se transformou num símbolo de paz e reconciliação. Lendo essa comovente história de Sadaco Sasaki, ocorreu-me a necessidade de divulgar, como estou fazendo agora, a atitude humana dessa japonesa em defesa da Paz.
E para que essa história se incorpore às nossas atitudes diárias propomos usarmos, como desejos paz, felicidade, esperança, harmonia, a frase 

Tsuru, para você! 

Silas Falcão é cearense de Crateús. Publicou o livro de crônicas Por quem Somos? Diretor de Eventos da ACE- Associação Cearense dos Escritores. Pertence a ALC- Academia de Letras de Crateus.

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MOEDA DE UM LADO SÓ
MESSIAS PONTE
Poucas vezes na história a velha mídia conservadora, venal e golpista brasileira dedicou tanto espaço e tempo como nas duas últimas semanas. Eram chamadas a cada intervalo de programa em todas as emissoras de televisão, em especial na Globo e na Record. Cada uma das emissoras de TV procurava agradar da melhor forma possível ao Império do Norte.

Até mesmo a televisão pública brasileira entrou nesse jogo para retratar da melhor maneira possível os lamentáveis ataques terroristas do 11 de setembro de 2001, quando o símbolo do capitalismo, representado pelas torres gêmeas do World Trade Center, foi destruído em menos de uma hora após dois aviões comerciais seqüestrados terem se chocado com elas.

Cada emissora de TV buscou imagens inéditas e entrevistas exclusivas com sobreviventes e familiares dos mortos para chamar mais a atenção do telespectador. As imagens do desespero, notadamente de pessoas que se jogavam do alto para a morte em terra, chocavam a toda pessoa de bem. Jornais dedicaram cadernos especiais sobre o que chamam de maior atentado terrorista da história. Afinal, foram quase três mil pessoas mortas, de várias nacionalidades, inclusive três brasileiras, pessoas inocentes que nada tinham a ver com a política imperial do Tio Sam causando a morte, sofrimento e dor em todo o mundo.

Esses mesmos veículos – rádio, jornal, revista e televisão – não dedicaram um milímetro sequer de espaço na mídia impressa e um segundo do tempo no rádio e televisão a outro ato terrorista, esse de maior proporção, que foi praticado também em uma terça-feira 11 de setembro. Só que 38 anos antes, aqui no nosso subcontinente, ou seja, no Chile. Naquele 11 de setembro de 1973 toda uma nação foi atingida diretamente pelo ato de terror praticado pelo imperialismo norte-americano que corrompeu militares chilenos para derrubar o governo socialista e assassinar o seu presidente Salvador Allende.

Em Santiago do Chile o terrorismo foi muito mais violento que em Nova Iorque, já que mais de 30 mil pessoas foram presas, seqüestradas e levadas para o principal estádio de futebol, único local fechado que tinha condições de recebê-las. Trinta mil foram mortas.

Com a supervisão direta do secretário de estado norte-americano, Henry Kissinger, o general Augusto Pinochet assumiu o bombardeio do Palácio La Moneda – sede do governo chileno – e a partir de então instaurou o terrorismo de Estado no país, fechando o congresso nacional, cassando mandatos e direitos políticos, suspendendo os direitos individuais e instituindo a tortura como método de interrogatório.

Os métodos de tortura -  aprendidos na Escola das Américas, no Panamá, centro norte-americano de ensino da teoria e prática de  tortura - eram terríveis, indo do choque elétrico nos órgãos genitais, do afogamento e do pau-de-arara até a colocação d rato na vagina das mulheres e de cachorros treinados para estuprar as prisioneiras.

A exemplo do que ocorreu aqui no Brasil, quando os militares golpistas quebraram todos os ossos do dirigente comunista Carlos Danielli e de vários outros que resistiram à ditadura militar implantada em 1° de abril de 1964, também com total e irrestrito apoio ianque – desde o financiamento até a cooptação por suborno de oficiais do Exército, Marinha e Aeronáutica – no Chile aconteceu o mesmo. A maioria dos 30 mil chilenos foi morta sob as mais cruéis torturas, e dezenas de milhares que escaparam com vida ainda hoje amargam as seqüelas deixadas por seus algozes.

E o que dizer dos 250 mil civis mortos em conflitos globais patrocinados pelo imperialismo ianque; dos mais de um milhão de crianças, mulheres e idosos no Iraque e no Afeganistão; dos 255 jornalistas mortos e nos mais de US$ 4 trilhões gastos após o 11 de setembro de 2001 para satisfazer à indústria bélica e propiciar o roubo do petróleo e gás daqueles países?
Por que também essa velha mídia não dedica um pouco de espaço e tempo para o terrorismo praticado pelos nazicionistas israelenses contra os palestinos com o irrestrito apoio ianque? Quantas dezenas de milhares de palestinos foram mortos nos últimos anos e a eles lhes é negado o direito a uma pátria?
O que o imperialismo – em especial o norte-americano – faz na Líbia se não terrorismo puro sob o argumento de defender a população civil do ditador Muammar Kadaffi? Se é para defender a democracia, por que não faz o mesmo com a Arábia Saudita?

O atentado terrorista de 11 de setembro de 1973 merecia muito mais espaço, mas pelo menos o mesmo espaço e tempo já estaria de bom tamanho. Porém esse pedaço da História está sendo riscado para que as novas gerações dele não tome conhecimento de tamanha brutalidade e se atenha somente ao 11 de setembro de2001. A moeda dessa gente só tem um lado.  Quanta hipocrisia!

Messias Pontes é Jornalista - messiaspontes@gmail.com
Copyright © 2009 Agência da Boa Notícia  •  Todos os direitos reservados.

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FELIZMENTE ELE MORREU
ANTERO COELHO NETO
Por que continuamos dizendo isso? Até quando vamos ter de ouvir esta frase de “consolação”? Há poucos dias, um idoso e querido amigo meu morreu, após anos de muito sofrimento, e ouvi vários outros companheiros e familiares falando mais ou menos assim. Claro que convencidos de que ele já tinha o “direito” de não sofrer mais. Grande consternação. E, hoje em dia, cada vez mais, temos casos semelhantes.

Com o envelhecimento, passamos a apresentar uma série de perturbações fisiológicas, transtornos físicos e patologias específicas que causam muitas dores, paralisações, perdas das nossas memórias (todas as que identificamos no presente) e até ausência da consciência (dimensão essencial de nossa vida como a qualidade e quantidade).

Cientificamente já sabemos que vários neurotransmissores e hormônios importantes vão diminuindo com a idade e alguns até desaparecem. Com isso muitos órgãos funcionam com dificuldades, as nossas defesas imunológicas diminuem ou desaparecem e as doenças se desenvolvem.

Felizmente o destaque dessas doenças, que aparecem na velhice, está sendo assunto frequente nos órgãos de comunicações. Mas é pouco. 

Pesquisas mundiais revelam que também, e principalmente, necessitamos utilizar promoção da saúde (prevenção das enfermidades, estilos saudáveis de vida, comunicação em saúde e eliminação dos fatores de riscos) pois, quando aplicada desde a infância, possibilita uma velhice com poucas dessas patologias, alem de, também, aumentar a nossa longevidade.

Mas o grande problema que conhecemos é que os políticos não dão o devido valor para a promoção da saúde da população e também para os idosos. Será por que muitos deles não votam mais? E nós, como profissionais da saúde, temos que “gritar” a verdade de todas as maneiras, temos que lutar por ela e convencer os políticos e a população em geral da verdade conhecida: promoção da saúde vale muito mais que muitos dos medicamentos e é fundamental para evitar os padecimentos na velhice.

 Lembrando, como sempre fazemos, que nós é que somos os maiores responsáveis pelos estilos saudáveis de vida. E, assim fazendo, não teremos de ouvir esta frase que nos entristece mais, a cada ano que passa.

Apenas como um lembrete final para os políticos, população jovem e os ricos donos do país: Já, já, vocês chegam lá. Muito mais rápido do que pensam. E a família está preparada para cuidar de você, velho doente e sofredor? E vão dizer: felizmente ele morreu?

Antero Coelho Neto - Professor e presidente da Academia Cearense de Medicina
                                                                                  

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DOM HELDER: 
FORTE E HABILIDOSO

PE GEOVANE SARAIVA

Dom Helder Pessoa Câmara, por sua simplicidade, humildade e estatura franzina, nos faz lembrar o jumentinho que Jesus escolheu para montar, na sua entrada em Jerusalém, animal sem aparente beleza, mas de uma importância, força e resistência extraordinária (cf. Mt 21, 2-8).

O pastor dos empobrecidos foi assim, no seu temperamento e na sua audácia sem limites, isto acontecia quando tinha que defender seus pontos de vistas, com um profundo desejo, usando de todos os meios possíveis, para que a Igreja se engajasse na causa dos empobrecidos, que fosse mais servidora e mais fiel a vontade daquele que a instaurou e menos “senhora e rica”.

Falamos de uma criatura humana extremamente habilidosa e com uma desenvoltura, que se tornou o mais influente bispo brasileiro no Concílio Vaticano II (1962-1965), a ponto de decisivamente contribuir para que a Igreja, no nosso continente latino americano, nos anos que se seguia, fizesse a sua “opção profética e preferencial pelos pobres”. Segundo o grande teólogo José Comblin, falecido recentemente, aos 88 anos, que conviveu muito de perto com o querido arcebispo de Olinda e Recife, dizia: “Ele era um articulador de primeira grandeza, com noção de que, às vezes, sua influência seria maior se ficasse calado e não se manifestasse”.

Muitas vezes seus próprios colegas bispos ignoravam de onde vinham as excelentes propostas contribuições que estavam votando, narra José Combiln. Já bem antes do Concílio, as vésperas da inauguração de Brasília, Juscelino Kubitschek chamou Dom Helder e o convidou para ser o prefeito da nova capital federal, sendo insistente. Afirmou que tinha o parecer favorável de todos os líderes partidários, depois de consultá-los.

Dom Helder recusou polidamente, dizendo: “Hoje, senhor presidente, eu estou aqui, frente a frente, debatendo com o senhor pontos de vista com absoluta liberdade e sem condicionamentos de qualquer ordem. No dia em que me incorporar ao seu grupo de comando, dentro das injunções concretas das práticas políticas, eu estarei amarrado, balançando a cabeça para concordar com o que o senhor disser, deixando de lhe trazer a colaboração original e independente da Igreja. Eu quero ter sempre um canal de diálogo livre e respeitoso com o Estado para cobrar o seu dever. Quero fazê-lo em nome de Deus e do povo. Quero ser a boca dos que não têm vez nem voz”.

Compreendemos a força e a habilidade de Dom Helder, a partir daquilo que é belo e maravilhoso no poeta ou escritor, ao externar o que tem dentro de si: suas fantasias e suas ideias. Aquilo que ele tem na mente e no coração, releva-a e manifesta-a. Assim, também, foi o que aconteceu com os autores sagrados, ao redigirem as Sagradas Escrituras.

Há tanta coisa bonita e surpreendente, muitas vezes, com tanto exagero, que se tem a impressão de se ir além do sagrado. No último versículo do Evangelho de São João o autor sagrado afirma que o que Jesus realizou, neste mundo, é belíssimo e maravilhoso e, se tudo fosse escrito, livro algum caberia. O milagre da multiplicação dos pães (Mt 14, 13-21), finda dizendo: Os que comeram dos cinco pães e dos dois peixes eram cinco mil homens sem contar mulheres e crianças.

Estudiosos e especialistas da Palavra de Deus, sem negar, evidentemente, a divindade do Filho de Deus, acham um exagero, para aquele tempo, o grande número de pessoas. Deus fez o homem com uma imaginação fértil e criadora, chamando-o para participar da sua natureza divina. Aí está sua grandeza. A terra tornou-se pequena para caber a criatura humana, grandiosa na sua capacidade de imaginar e realizações em todos os sentidos.

Padre Manfredo Oliveira, cearense de Limoeiro do Norte, grande figura humana e um dos maiores filósofos da atualidade, na sua mente dadivosa, foi extremamente feliz, ao afirmar que Dom Helder não cabia dentro da Igreja. Certamente ele quis enaltecer sua força imaginadora, talentos, sensibilidade e a inteligência privilegiada do pastor dos empobrecidos, que com habilidade soube perceber todas as novidades e desafios do século XX e colocá-los no seu coração, procurando dar-lhes uma resposta, indo da criatura humana, na sua dignidade de filho de Deus.

Já o Cardeal Aloísio Lorscheider  falava de Dom Helder, assim: “Foi um corifeu, com uma visão de futuro e com grande influência, muito respeitado e inquieto como uma barata tonta: Sua tribuna foi sua sabedoria em agir e articular nos bastidores”, com uma oratória vibrante e com gestos rasgados que sensibilizavam e arrebatavam as multidões. Tudo ele realizava, numa atitude de oração e na fidelidade ao Pai, no seu amor acendrado à Igreja. Ele mesmo dizia: “Abandonar a Igreja seria o mesmo que abandonar o meu próprio corpo”.

Por isso devemos acolher tudo o que se disse e o que ainda irão dizer desse homem profundamente amado por Deus. Ele, na força e habilidade mística, via tudo em Deus e a partir de Deus. Extraordinária figura humana, profundamente marcada pela esperança, de fato é grande demais, e a Igreja é pequena para comportá-lo.

Pe. Geovane Saraiva, Pároco de Santo Afonso
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