A Paz e Uma Nova Ética
Mesmo numa época em que o mundo parece precipitar-se em um novo conflito insensato, deveremos procurar os indícios de paz. Procurar a paz é tudo que podemos fazer para exorcizar as forças que impulsionam a destruição. Há momentos que ficamos a pensar que a paz parece ser um objetivo inatingível no nosso planeta.
Isso acontece porque temos mais habilidades para imaginar a discórdia do que objetivar a verdadeira harmonia. Muitos estudiosos do assunto já interrogaram e continuam a pesquisar, “será que a natureza espetacular e dramática da guerra exerce tal fascínio sobre o nosso imaginário coletivo e individual?”.
Temos uma grande facilidade de sermos seduzidos e arrastados para o turbilhão da violência que está sempre tentando nos submergir, independentemente do tempo e espaço que ocupemos, ao ponto de preferirmos histórias de catástrofes ao invés das histórias que culminam com a paz.
Precisamos diante dessa realidade do conhecimento de que o mundo está sendo devastado. Não poderemos construir a paz sem reconstruirmos, antes de tudo, o que foi mutilado pelo processo das diversas formas de guerras pelas quais passamos.
O objetivo de “construir a paz” é, igualmente, uma forma de impedir, no cotidiano, os efeitos perversos de todos os tipos de exclusões e discriminações, alimentadas pela mundialização e pela ignorância do outro, no seio de sociedades cada vez mais multiculturais, multiétnicas e multilinguísticas. Tal ignorância, se não lhe for prestado o devido cuidado, poderá levar a uma repetição dos erros mortíferos do passado.
Certamente, em escala internacional, estamos bem longe, tanto da paz perpétua imaginada por Kant, quanto dos vínculos sólidos a serem estabelecidos, no âmago de cada sociedade, entre paz e segurança humana, como havia sido repetido incessantemente por Spinoza. E, no entanto, são numerosos aqueles que souberam encontrar sua via para a paz, que vivem em paz, atualmente, com eles próprios e com seus vizinhos, tendo decidido transformá-la em sua causa no mundo inteiro.
O testemunho dos benefícios da paz duradoura, talvez, seja ainda a melhor forma de banir o cinismo de quem pretenda levar-nos a acreditar que a paz é um objetivo inacessível, quando todas as provas à nossa disposição demonstram exatamente o contrário.
A Agência da Boa Notícia na essência de sua missão acredita e estimula a cultura de paz através da comunicação, para fortalecer, na notícia, o compromisso com a valorização da vida. Continuaremos no Ano Novo a palmilhar o caminho que melhor possa chegar a um razoável estado de paz.
Como explicita Leonardo Boff “Tudo o que existe e vive precisa de ser cuidado para continuar a existir e a viver: uma planta, um animal, uma criança, um idoso, o planeta Terra. O cuidado é mais fundamental do que a razão e a vontade”.
A ótica do cuidado funda uma nova ética, compreensível a todos e capaz de inspirar valores e atitudes fundamentais para a fase planetária da humanidade.
“A paz pode ser uma grande e harmoniosa dança que tem seu tempo de treinar, de aprender, de conduzir e ser conduzida por um passeio permeado de mudança”.
“A paz sem ação é estagnação, é ausência”.
* Francisco Souto Paulino é Presidente da Agência da Boa Notícia
Fonte: Agência da Boa Notícia - (fone: 85 3224 5509) - Jornalista Responsável: Carmina Dias 00629JP / Estagiário de Jornalismo: Leandro Porto
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Nova Direção, Novo Sentido
O presidente eleito da Câmara, vereador Acrísio Sena (PT), prometeu “realizar estudos para a modernização dos meios de comunicação da Câmara”, aí incluída a TV Fortaleza. É o que se lê no capítulo Da relação com a sociedade, da carta de princípios intitulada “Por uma Câmara Forte, Autônoma e Democrática”, assinada pelos 26 vereadores que o elegeram.
A trajetória socialista e democrata do sindicalista, que se fez vereador pelas lutas populares e que se fez líder da prefeita Luizianne Lins pela sua capacidade de enfrentamento e diálogo com opositores, isso já se conhece. É preciso saber agora o que o novo presidente chama de “realizar estudos” e “modernização”, no que tange à emissora pública TV Fortaleza.
Ao prometer estudos, supõe-se que Acrísio Sena esteja disposto a promover a discussão sobre o papel de uma emissora financiada com o dinheiro público e, quem sabe, a tirar as decisões administrativas, financeiras, tecnológicas e de conteúdo do campo político de tantas conveniências patrimonialistas para o campo científico da comunicação pública.
Ao vislumbrar a “modernização” da emissora, espera-se que o novo presidente da Câmara esteja pensando não só em dotá-la de um transmissor digital, que proporciona a transmissão com melhor imagem, melhor som e com portabilidade. Mas também em utilizar a possibilidade do multicanal (até 4 em 1) e em oferecer a interatividade on line com telespectador usuário.
Modernizar emissoras públicas de televisão é avançar tecnologicamente e avançar politicamente também, no sentido de trocar a chapa branca do governamental pela chapa multicor da sociedade. É pautar os conteúdos pelo interesse coletivo, estabelecer o diálogo e a inclusão política. É estimular a autoria e a colaboração.
Este pode ser também o novo sentido a ser dado pela próxima legislatura da Assembléia, que começa em fevereiro. O canal da TV Assembléia é aberto, chega a todo o Estado. Tem, portanto, papel social e político exponencialmente maior que o da Câmara da capital. A Câmara Federal já transmite em multicanal e se esforça rumo à interatividade. Por que não podemos também.
Na TV Ceará, que é digital há mais de um ano, espera do governo reeleito a conexão ao cinturão digital de fibra ótica, já em teste, que pode sustentar o canal de retorno exigido pela TV digital interativa. E a decisão pessoal do governador de atrair para o Estado uma fábrica de conversores com o ginga, o software que permite a interatividade. Isso faz sentido.
* Artigo publicado hoje no jornal O Povo e reproduzido neste site com autorização do autor. (Agencia da Boa Noticia)
Alberto Perdigão é Jornalista, mestre em Políticas Públicas e Sociedade - aperdigao@terra.com.br
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Consolidação da Democracia
Consolidação da Democracia
Nos últimos oito anos, o governo Lula ampliou, e muito, a democracia em nosso País. Nunca se respirou tanta liberdade. Porém falta muito a ser feito para que a democracia seja consolidada. Este deve ser o grande legado da presidenta Dilma Rousseff para as futuras gerações.
O capital político da presidenta Dilma Rousseff é inigualável desde a proclamação da República e não pode ser desprezado, notadamente no início do seu governo, já que ela tem ampla maioria no Congresso Nacional e mais de 70% dos brasileiros declaram confiar no governo dela.
Num país continental, com a maior área agricultável do mundo, é inadmissível que milhões de trabalhadores rurais continuem sem ter onde produzir; dezenas de milhares continuam acampados à espera de assentamento, sofrendo todo tipo de dificuldades, e sem perspectivas. O presidente Lula desperdiçou uma grande oportunidade de avançar nessa área.
A reforma tributária não deve mais ser postergada, já que é inadmissível os pobres pagarem mais impostos que os milionários. A cobrança progressiva de impostos – com os mais ricos pagando mais – e a taxação das grandes fortunas são imperativas e tem urgência. Essa reforma deve contribuir para reduzir ao máximo as desigualdades regionais, e não pode prescindir da unificação do ICMS – ou um imposto equivalente -, onde o tributo seja pago no estado de destino e não no de origem, como secularmente acontece.
A reforma política também não deve mais ficar apenas no plano das intenções. O fortalecimento dos partidos, com o estabelecimento de lista fechada, a fidelidade partidária, e notadamente do financiamento público exclusivo de campanha, é condição sine qua non para se debelar a vergonhosa corrupção que se verifica em todo o País. O uso do poder econômico é um mal que envergonha a Nação e por isso mesmo precisa ser extirpado para sempre.
Porém a mais imediata das reformas tem de ser a do marco regulatório da mídia. É inconcebível que ainda hoje o artigo 224 da Constituição Federal não tenha sido regulamentado. Este artigo proíbe o monopólio e o oligopólio dos meios de comunicação. Não se pode admitir que meia dúzia de famílias dominem a comunicação no País. A lei de meios é uma exigência nacional.
Por fim, a constituição da Comissão da Verdade coroará a consolidação da democracia no Brasil. Sem ela, a democracia ficará capenga.
* Artigo publicado em 05.01.2011 no jornal O Estado e reproduzido neste site com autorização do autor. (Agencia da Boa Noticia)
Fonte: Messias Pontes é Jornalista - messiaspontes@gmail.com
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