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Ano 4 - Edição 998 - Fortaleza - Abril de 2014

JM SOCIEDADE,ASTROS & ESTRELAS, SHOWS, OPINIÕES E O INUSITADO.

domingo, 2 de outubro de 2011

JM OPINIÕES : AS MELHORES DO MÊS DE OUTUBRO

A FORÇA DA FIFA E A 
SOBERANIA NACIONAL


IGOR MOREIRA PINTO

A sigla de FIFA poderia ser: faço inclusive o que fazem as nações. Com pompas de estado/nação a organização que rege o futebol mundial, vende caro o seu maior produto: o futebol. Negócio que dá rios de dinheiro e enriquece muitos bolsos, enriquecimento fraudulento ou não a entidade parece ser dominada pelo poder. Com postura despretensiosa invade as nações e pelo período que dura à competição é estabelecido um governo paralelo.

Toda Copa do Mundo é a mesma coisa, sorteia-se o país sede que antes percorrera uma esfera de negociações políticas, estruturais, sociais, turísticas e até filosóficas, além dos tramites legais ou ilegais. As potências mundiais se curvam em troca do status e de altos lucros, temporários e por vezes arbitrários.

A FIFA têm um modo muito próprio, faz parcerias exclusivas e impõe um padrão coercitivo onde “manda quem pode, obedece quem têm juízo” e ai dos que não se agacharem. Os países esquecem sua soberania, pensam no momento, na vitrine e nas transformações advindas dos mega eventos, tais como a já falada Copa do Mundo as Olimpíadas e outras Copas.

Chegou à vez do Brasil, depois de muito esperar o povo brasileiro vai sediar a sua maior paixão: Copa do Mundo de futebol, e de quebra os Jogos Olímpicos. Parece um sonho, conquistamos o direito em meio a grandes potências e cidades. Nos bastidores: o estabelecimento de um país agora acreditado e bem visto aos olhos do mundo.

Para atender o padrão FIFA é preciso “vender a alma ao diabo”. Muitas concessões hão de ser feitas, as leis do país hão de serem alteradas e o governo brasileiro? Ficará engessado? Deixará temporariamente de dar as cartas? Acho que sim, está tudo encaminhado, é difícil voltar atrás, outros países já se renderam pela vaidade, política, dinheiro e vantagens diversas. É a vez do Brasil: “ajoelhou, têm que rezar”.

Igor Moreira Pinto( igorp2008@gmail.com)


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Dia dos Animais: 4 de outubro
 Geuza Leitão
Em muitos momentos da vida de São Francisco, foram ressaltados o respeito ao meio ambiente. Por isso a Igreja Católica o elegeu Padroeiro da Ecologia, inserindo no calendário, a data de 4 de outubro, como o Dia dos Animais. Contudo, ainda podemos testemunhar crueldades contra os bichos e a tendência do homem de considerá-los seres inferiores, cujo único propósito na existência ser apenas servi-lo, continuando com a teoria antropocentrista, relutando em abandonar os benefícios que emergem do uso de animais para o consumo, pesquisa, divertimento e trabalho forçado.

O animal não é algo inanimado, é um ser vivente e senciente, têm sua vida própria que é importante para eles independentemente da utilidade deles para nós.  Eles não estão apenas no mundo, têm consciência disso. O que lhes acontece tem importância para eles. Cada um tem uma vida que pode ocorrer melhor ou pior. Essa vida inclui uma série de necessidades biológicas, individuais e sociais. A satisfação dessas necessidades é uma fonte de prazer e a frustração ou abuso, uma fonte de sofrimento.

E assim sendo, a ética do nosso relacionamento com os animais deve reconhecer os mesmos princípios morais fundamentais que se deve ter para com os seres humanos. No seu nível mais profundo, a ética humana é baseada no valor individual de cada indivíduo: o valor moral de qualquer ser humano não deve ser medido pela utilidade que um tenha para satisfazer o interesse de outro. Tratar seres humanos de maneira a não honrar o seu valor independente é violar o mais básico dos direitos humanos, ou seja, o direito de cada pessoa ser tratada com respeito.

Por conseguinte, todos os seres, independentemente de sua espécie, raça ou sexo, devem ser respeitados. As mulheres não existem para servir os homens, os negros para servir aos brancos, os pobres para servir aos ricos, os fracos para servir os fortes, assim como os animais ditos irracionais não existem para servir ao homem. Conscientizar as pessoas que os animais também são seres que sentem e sofrem, é o nosso principal objetivo nesse dia que lhes é consagrado.
Geuza Leitão - presidente da União Internacional Protetora dos Animais (Uipa)

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QUE ESPERANÇA !
VALCIR MACHADO
Como vou lamentar se a cidade é fantástica!!! Verdade... não existe aeroporto ainda. Também, como justificar um para atender a 14 mil habitantes? Claro que não tem e claro que tão cedo não terá. E isso é apenas mais um dos encantos de lá.

Como sempre, tive que ir à rodoviária para agendar minha viagem pro 'lado de lá do Ceará'. Trajeto demorado, mas prazeroso, só por saber que em apenas 6 horas de sono profundo - geralmente durmo a viagem inteira - estarei chegando perto do paraíso, não fosse o reinado PSDBista há quase duas décadas. Costumo dizer que nenhum povo merece a desdita de ter um mesmo grupo no poder por muito tempo, sob pena desse grupo se apoderar da região pra si, se apoderar do próprio povo. E é exatamente isso o que acontece por lá.

Paro no semáforo e sem ter o que fazer, enquanto rola a discreta suavidade de Enya, olho absorto ao meu redor e vejo na esquina um velho senhor aparentando seus 70 anos, sentado no chão de chapéu e óculos escuros, com uma latinha de goiabada sem a tampa bem à sua frete, como se largada ali perto de suas pernas.

Pobre cego, pensei! Não precisava ser nenhum gênio para deduzir isso: sentado e encolhido na calçada, de chapéu e óculos escuros, cabeça reclinada para frente como quem ora e a mão estendida como quem suplica.

Temos o reflexo mental de nos apiedar de cenas como esta. Logo pensamos no contexto social injusto a que os políticos nacionais nos impõem dia após dia, década após década, em mandatos sucessivos impregnados de profissionais inertes e inférteis. Como posso combater isso se nada sou além de cidadão!!!

Fico apreensivo ao ver que na mesma calçada, indo na direção daquele senhor sentado, aparece outro mendigo, este com uma aparência menos humilde, mais debochada e de aspecto mais maltrapilho, muito mais sujo por sinal. Aproxima-se aos poucos, passos lentos e vacilantes, andando bem perto do muro como se não quisesse ser notado.

Com a escola que temos e que nos é imposta de cima pra baixo - entenda-se casos Mensalão, Palocci, filhos ricos de Lula, falcatruas no Congresso, no STF e adjacências -, lógico que me veio um pensamento mau, porém inevitável: ele irá se aproveitar do pobre cego e levar o apurado do dia. Nossa!!! Gelei com a possibilidade de presenciar uma cena tão mesquinha, tão vil, tão humilhante que seria um necessitado agredindo outro, como se dois ursos famintos disputassem o mesmo peixinho de um aquário.

O maltrapilho se aproxima; engatilho abrir a porta do carro; tiro o cinto de segurança; abro a porta e já estou em pé fora do carro pronto para interceder; o maltrapilho se agacha em frente à latinha de goiabada; já estou contornando o carro; ele pega uma moeda que está no chão ao lado da latinha e a coloca de volta; e segue seu caminho trôpego, ora no muro, ora na guia.

E agora..., como justificar que alguns, apenas pela ambição e pela vaidade do acúmulo de riquezas, se corrompam!!!
Valcir Machado – servidor público e blogueiro

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TSURU PRA VOCÊ !
SILAS FALCÃO
Você  já ouviu falar do tsuru? É uma ave típica do Japão e é considerada como símbolo da felicidade e da longevidade. A arte do origami – dobraduras em papel – se inspirou nessa ave para criar uma de suas mais conhecidas formas, e que muitos consideram como símbolo dessa arte japonesa: o tsuru.

Sobre esses tsurus de papel, criou-se a lenda que se uma pessoa fizesse mil dessas dobraduras e durante esse trabalho mentalizasse um desejo, quando completadas as mil aves de papel esse desejo se realizaria. A partir dessa lenda surgiu uma das mais belas histórias de esperança e luta pela vida que conhecemos.

Na ensolarada manhã de 6 de agosto de 1945, ocorreu um dos mais trágicos extermínios da história da humanidade: os Estados Unidos detonaram duas bombas atômicas. A primeira caiu sobre Hiroshima, no Japão, a pouco mais de 1 quilômetro da casa da Sadako Sasaki, na época com dois anos. A mãe de Sasaki conseguiu salvá-la da explosão, mas, após a explosão, as duas foram atingidas pela chuva radioativa.

Sasaki viveu normalmente até os 12 anos de idade, quando descobriu que estava com leucemia. Em tratamento no hospital ela recebeu a visita de uma amiga que contou a lenda dos mil tsurus de papel. Sasaki começou a fazer as dobraduras, mentalizando sempre a sua cura, para que ao final do trabalho ela saísse do hospital livre desse câncer.

Mas ela não teve forças para completar os mil pássaros de papel. Até o dia 25 de outubro de 1955, data do seu falecimento, ela fez 964 tsurus. A notícia do esforço de Sasaki se espalhou pelo Japão e pelo mundo, e milhares de pessoas começaram a fazer tsurus de papel para homenagear Sasaki e iniciaram uma campanha para a construção de um monumento, em Hiroshima, em sua memória e dos milhares de outras crianças mortas, feridas, doentes em decorrência da bomba.

O apelo popular foi atendido e em 5 de maio de 1958 foi inaugurado, em Hiroshima, no Parque da Paz, o Monumento da Paz das Crianças. A história de Sadako Sasaki é considerada como um dos símbolos da luta pelo fim das armas nucleares, e a vontade de viver dessa japonesa, que mesmo doente se pôs a fazer mil tsurus de papel, são vistas como um símbolo da paz, tanto que no dia 6 de agosto – o Dia da Paz – milhares de pessoas enviam tsurus ao Monumento da Paz das Crianças, para mostrar que a esperança e o desejo de dias melhores ainda permanecem em nosso planeta.

Todos os dobradores conhecem a história de Sadako, que ao dobrar cada um dos tsurus, dizia: “Vou escrever Paz nas tuas asas e vais voar à volta do mundo”. E assim a sua prece era não só pela cura e pela felicidade, mas também pela Paz. No Japão e no ocidente milhões de crianças e adultos dobram mil tsurus de papel para enviar para o Parque da Paz como uma oração pela Paz.

O Tsuru de papel se transformou num símbolo de paz e reconciliação. Lendo essa comovente história de Sadaco Sasaki, ocorreu-me a necessidade de divulgar, como estou fazendo agora, a atitude humana dessa japonesa em defesa da Paz.
E para que essa história se incorpore às nossas atitudes diárias propomos usarmos, como desejos paz, felicidade, esperança, harmonia, a frase 

Tsuru, para você! 

Silas Falcão é cearense de Crateús. Publicou o livro de crônicas Por quem Somos? Diretor de Eventos da ACE- Associação Cearense dos Escritores. Pertence a ALC- Academia de Letras de Crateus.

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MOEDA DE UM LADO SÓ
MESSIAS PONTE
Poucas vezes na história a velha mídia conservadora, venal e golpista brasileira dedicou tanto espaço e tempo como nas duas últimas semanas. Eram chamadas a cada intervalo de programa em todas as emissoras de televisão, em especial na Globo e na Record. Cada uma das emissoras de TV procurava agradar da melhor forma possível ao Império do Norte.

Até mesmo a televisão pública brasileira entrou nesse jogo para retratar da melhor maneira possível os lamentáveis ataques terroristas do 11 de setembro de 2001, quando o símbolo do capitalismo, representado pelas torres gêmeas do World Trade Center, foi destruído em menos de uma hora após dois aviões comerciais seqüestrados terem se chocado com elas.

Cada emissora de TV buscou imagens inéditas e entrevistas exclusivas com sobreviventes e familiares dos mortos para chamar mais a atenção do telespectador. As imagens do desespero, notadamente de pessoas que se jogavam do alto para a morte em terra, chocavam a toda pessoa de bem. Jornais dedicaram cadernos especiais sobre o que chamam de maior atentado terrorista da história. Afinal, foram quase três mil pessoas mortas, de várias nacionalidades, inclusive três brasileiras, pessoas inocentes que nada tinham a ver com a política imperial do Tio Sam causando a morte, sofrimento e dor em todo o mundo.

Esses mesmos veículos – rádio, jornal, revista e televisão – não dedicaram um milímetro sequer de espaço na mídia impressa e um segundo do tempo no rádio e televisão a outro ato terrorista, esse de maior proporção, que foi praticado também em uma terça-feira 11 de setembro. Só que 38 anos antes, aqui no nosso subcontinente, ou seja, no Chile. Naquele 11 de setembro de 1973 toda uma nação foi atingida diretamente pelo ato de terror praticado pelo imperialismo norte-americano que corrompeu militares chilenos para derrubar o governo socialista e assassinar o seu presidente Salvador Allende.

Em Santiago do Chile o terrorismo foi muito mais violento que em Nova Iorque, já que mais de 30 mil pessoas foram presas, seqüestradas e levadas para o principal estádio de futebol, único local fechado que tinha condições de recebê-las. Trinta mil foram mortas.

Com a supervisão direta do secretário de estado norte-americano, Henry Kissinger, o general Augusto Pinochet assumiu o bombardeio do Palácio La Moneda – sede do governo chileno – e a partir de então instaurou o terrorismo de Estado no país, fechando o congresso nacional, cassando mandatos e direitos políticos, suspendendo os direitos individuais e instituindo a tortura como método de interrogatório.

Os métodos de tortura -  aprendidos na Escola das Américas, no Panamá, centro norte-americano de ensino da teoria e prática de  tortura - eram terríveis, indo do choque elétrico nos órgãos genitais, do afogamento e do pau-de-arara até a colocação d rato na vagina das mulheres e de cachorros treinados para estuprar as prisioneiras.

A exemplo do que ocorreu aqui no Brasil, quando os militares golpistas quebraram todos os ossos do dirigente comunista Carlos Danielli e de vários outros que resistiram à ditadura militar implantada em 1° de abril de 1964, também com total e irrestrito apoio ianque – desde o financiamento até a cooptação por suborno de oficiais do Exército, Marinha e Aeronáutica – no Chile aconteceu o mesmo. A maioria dos 30 mil chilenos foi morta sob as mais cruéis torturas, e dezenas de milhares que escaparam com vida ainda hoje amargam as seqüelas deixadas por seus algozes.

E o que dizer dos 250 mil civis mortos em conflitos globais patrocinados pelo imperialismo ianque; dos mais de um milhão de crianças, mulheres e idosos no Iraque e no Afeganistão; dos 255 jornalistas mortos e nos mais de US$ 4 trilhões gastos após o 11 de setembro de 2001 para satisfazer à indústria bélica e propiciar o roubo do petróleo e gás daqueles países?
Por que também essa velha mídia não dedica um pouco de espaço e tempo para o terrorismo praticado pelos nazicionistas israelenses contra os palestinos com o irrestrito apoio ianque? Quantas dezenas de milhares de palestinos foram mortos nos últimos anos e a eles lhes é negado o direito a uma pátria?
O que o imperialismo – em especial o norte-americano – faz na Líbia se não terrorismo puro sob o argumento de defender a população civil do ditador Muammar Kadaffi? Se é para defender a democracia, por que não faz o mesmo com a Arábia Saudita?

O atentado terrorista de 11 de setembro de 1973 merecia muito mais espaço, mas pelo menos o mesmo espaço e tempo já estaria de bom tamanho. Porém esse pedaço da História está sendo riscado para que as novas gerações dele não tome conhecimento de tamanha brutalidade e se atenha somente ao 11 de setembro de2001. A moeda dessa gente só tem um lado.  Quanta hipocrisia!

Messias Pontes é Jornalista - messiaspontes@gmail.com
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FELIZMENTE ELE MORREU
ANTERO COELHO NETO
Por que continuamos dizendo isso? Até quando vamos ter de ouvir esta frase de “consolação”? Há poucos dias, um idoso e querido amigo meu morreu, após anos de muito sofrimento, e ouvi vários outros companheiros e familiares falando mais ou menos assim. Claro que convencidos de que ele já tinha o “direito” de não sofrer mais. Grande consternação. E, hoje em dia, cada vez mais, temos casos semelhantes.

Com o envelhecimento, passamos a apresentar uma série de perturbações fisiológicas, transtornos físicos e patologias específicas que causam muitas dores, paralisações, perdas das nossas memórias (todas as que identificamos no presente) e até ausência da consciência (dimensão essencial de nossa vida como a qualidade e quantidade).

Cientificamente já sabemos que vários neurotransmissores e hormônios importantes vão diminuindo com a idade e alguns até desaparecem. Com isso muitos órgãos funcionam com dificuldades, as nossas defesas imunológicas diminuem ou desaparecem e as doenças se desenvolvem.

Felizmente o destaque dessas doenças, que aparecem na velhice, está sendo assunto frequente nos órgãos de comunicações. Mas é pouco. 

Pesquisas mundiais revelam que também, e principalmente, necessitamos utilizar promoção da saúde (prevenção das enfermidades, estilos saudáveis de vida, comunicação em saúde e eliminação dos fatores de riscos) pois, quando aplicada desde a infância, possibilita uma velhice com poucas dessas patologias, alem de, também, aumentar a nossa longevidade.

Mas o grande problema que conhecemos é que os políticos não dão o devido valor para a promoção da saúde da população e também para os idosos. Será por que muitos deles não votam mais? E nós, como profissionais da saúde, temos que “gritar” a verdade de todas as maneiras, temos que lutar por ela e convencer os políticos e a população em geral da verdade conhecida: promoção da saúde vale muito mais que muitos dos medicamentos e é fundamental para evitar os padecimentos na velhice.

 Lembrando, como sempre fazemos, que nós é que somos os maiores responsáveis pelos estilos saudáveis de vida. E, assim fazendo, não teremos de ouvir esta frase que nos entristece mais, a cada ano que passa.

Apenas como um lembrete final para os políticos, população jovem e os ricos donos do país: Já, já, vocês chegam lá. Muito mais rápido do que pensam. E a família está preparada para cuidar de você, velho doente e sofredor? E vão dizer: felizmente ele morreu?

Antero Coelho Neto - Professor e presidente da Academia Cearense de Medicina
                                                                                  

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DOM HELDER: 
FORTE E HABILIDOSO

PE GEOVANE SARAIVA

Dom Helder Pessoa Câmara, por sua simplicidade, humildade e estatura franzina, nos faz lembrar o jumentinho que Jesus escolheu para montar, na sua entrada em Jerusalém, animal sem aparente beleza, mas de uma importância, força e resistência extraordinária (cf. Mt 21, 2-8).

O pastor dos empobrecidos foi assim, no seu temperamento e na sua audácia sem limites, isto acontecia quando tinha que defender seus pontos de vistas, com um profundo desejo, usando de todos os meios possíveis, para que a Igreja se engajasse na causa dos empobrecidos, que fosse mais servidora e mais fiel a vontade daquele que a instaurou e menos “senhora e rica”.

Falamos de uma criatura humana extremamente habilidosa e com uma desenvoltura, que se tornou o mais influente bispo brasileiro no Concílio Vaticano II (1962-1965), a ponto de decisivamente contribuir para que a Igreja, no nosso continente latino americano, nos anos que se seguia, fizesse a sua “opção profética e preferencial pelos pobres”. Segundo o grande teólogo José Comblin, falecido recentemente, aos 88 anos, que conviveu muito de perto com o querido arcebispo de Olinda e Recife, dizia: “Ele era um articulador de primeira grandeza, com noção de que, às vezes, sua influência seria maior se ficasse calado e não se manifestasse”.

Muitas vezes seus próprios colegas bispos ignoravam de onde vinham as excelentes propostas contribuições que estavam votando, narra José Combiln. Já bem antes do Concílio, as vésperas da inauguração de Brasília, Juscelino Kubitschek chamou Dom Helder e o convidou para ser o prefeito da nova capital federal, sendo insistente. Afirmou que tinha o parecer favorável de todos os líderes partidários, depois de consultá-los.

Dom Helder recusou polidamente, dizendo: “Hoje, senhor presidente, eu estou aqui, frente a frente, debatendo com o senhor pontos de vista com absoluta liberdade e sem condicionamentos de qualquer ordem. No dia em que me incorporar ao seu grupo de comando, dentro das injunções concretas das práticas políticas, eu estarei amarrado, balançando a cabeça para concordar com o que o senhor disser, deixando de lhe trazer a colaboração original e independente da Igreja. Eu quero ter sempre um canal de diálogo livre e respeitoso com o Estado para cobrar o seu dever. Quero fazê-lo em nome de Deus e do povo. Quero ser a boca dos que não têm vez nem voz”.

Compreendemos a força e a habilidade de Dom Helder, a partir daquilo que é belo e maravilhoso no poeta ou escritor, ao externar o que tem dentro de si: suas fantasias e suas ideias. Aquilo que ele tem na mente e no coração, releva-a e manifesta-a. Assim, também, foi o que aconteceu com os autores sagrados, ao redigirem as Sagradas Escrituras.

Há tanta coisa bonita e surpreendente, muitas vezes, com tanto exagero, que se tem a impressão de se ir além do sagrado. No último versículo do Evangelho de São João o autor sagrado afirma que o que Jesus realizou, neste mundo, é belíssimo e maravilhoso e, se tudo fosse escrito, livro algum caberia. O milagre da multiplicação dos pães (Mt 14, 13-21), finda dizendo: Os que comeram dos cinco pães e dos dois peixes eram cinco mil homens sem contar mulheres e crianças.

Estudiosos e especialistas da Palavra de Deus, sem negar, evidentemente, a divindade do Filho de Deus, acham um exagero, para aquele tempo, o grande número de pessoas. Deus fez o homem com uma imaginação fértil e criadora, chamando-o para participar da sua natureza divina. Aí está sua grandeza. A terra tornou-se pequena para caber a criatura humana, grandiosa na sua capacidade de imaginar e realizações em todos os sentidos.

Padre Manfredo Oliveira, cearense de Limoeiro do Norte, grande figura humana e um dos maiores filósofos da atualidade, na sua mente dadivosa, foi extremamente feliz, ao afirmar que Dom Helder não cabia dentro da Igreja. Certamente ele quis enaltecer sua força imaginadora, talentos, sensibilidade e a inteligência privilegiada do pastor dos empobrecidos, que com habilidade soube perceber todas as novidades e desafios do século XX e colocá-los no seu coração, procurando dar-lhes uma resposta, indo da criatura humana, na sua dignidade de filho de Deus.

Já o Cardeal Aloísio Lorscheider  falava de Dom Helder, assim: “Foi um corifeu, com uma visão de futuro e com grande influência, muito respeitado e inquieto como uma barata tonta: Sua tribuna foi sua sabedoria em agir e articular nos bastidores”, com uma oratória vibrante e com gestos rasgados que sensibilizavam e arrebatavam as multidões. Tudo ele realizava, numa atitude de oração e na fidelidade ao Pai, no seu amor acendrado à Igreja. Ele mesmo dizia: “Abandonar a Igreja seria o mesmo que abandonar o meu próprio corpo”.

Por isso devemos acolher tudo o que se disse e o que ainda irão dizer desse homem profundamente amado por Deus. Ele, na força e habilidade mística, via tudo em Deus e a partir de Deus. Extraordinária figura humana, profundamente marcada pela esperança, de fato é grande demais, e a Igreja é pequena para comportá-lo.

Pe. Geovane Saraiva, Pároco de Santo Afonso
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sábado, 1 de outubro de 2011

BRASIL NÃO ABANDONA SONHO DE SE TORNAR MEMBRO PERMANENTE DA ONU




“ ESPECIALISTAS ACHAM QUE  O BRASIL  TEM PERCORRER UM LONGO CAMINHO PARA CHEGAR AO CONESELHO”

O Brasil não abandonou  seu sonho de se tornar membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, mas precisa superar a oposição de algumas potências para obter um assento neste seleto grupo, segundo especialistas.

Ao abrir a Assembleia Geral das Nações Unidas, na semana passada,  a presidente Dilma Rousseff defendeu o ingresso do Brasil no Conselho e ressaltou o crescente protagonismo internacional do país, citando a liderança da Missão de Estabilização da ONU no Haiti (Minustah).

-A cada ano que passa, mais urgente se faz uma solução para a falta de representatividade do Conselho de Segurança, o que corrói sua eficácia. (...) O mundo precisa de um Conselho de Segurança que venha a refletir a realidade contemporânea; um Conselho que incorpore novos membros permanentes e não-permanentes, em especial representantes dos países em desenvolvimento", afirmou Dilma.

No mesmo discurso, o Brasil confirmou o seu reconhecimento de um Estado palestino com as fronteiras de 1967.
Como ocorre na questão palestina, o Brasil precisa enfrentar as grandes potências ocidentais, em especial os Estados Unidos, que criticam abertamente algumas posições adotadas pelo governo brasileiro.
Em março deste ano, o Brasil - que ocupa até dezembro o posto de membro não permanente do Conselho de Segurança - se absteve na votação sobre a resolução 1973 que aprovou uma intervenção armada na Líbia.

Em agosto, enviou uma missão diplomática controversa à Síria para dialogar com o presidente Bashar al-Assad, e em 2010 realizou uma tentativa de mediação para resolver a questão nuclear do Irã, que se mostrou infrutífera.

Matias Spektor, coordenador do Centro de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas, considera que "o mais importante é que o país tenha uma visão própria".

"O Brasil cada vez mais é chamado a apontar alternativas. Se o país não gosta das regras do jogo como elas existem atualmente, precisa dizer quais são as alternativas. Então, sempre que o Brasil trouxer ideias novas à mesa, isso contribui para o argumento de que merece uma cadeira no Conselho", ressalta Spektor.

O embaixador Marcos Azambuja, membro do conselho curador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), reconhece que o Brasil é lento na hora de tomar decisões importantes, mas acredita que pode ter isso ao seu favor, ao se apresentar como um agregador de opiniões.

"O Brasil é um criador de consensos, de pontes entre ricos e pobres, desenvolvidos e em desenvolvimento, norte e sul, leste e oeste. Este é um processo interessante mas é, por definição, lento", explica Azambuja, acrescentando que "o Brasil erra pouco, mas demora muito em acertar".

"O Brasil se equivoca pouco, mas demora muito para acertar", considerou Azambuja, embora tenha destacado o Brasil como "criador de consensos, de pontes entre ricos e pobres, desenvolvidos e em desenvolvimento, norte e sul, leste e oeste". "Este é um processo interessante, mas é, por definição, lento", explicou.

Ao contrário da Índia, potência emergente que já recebeu o apoio dos Estados Unidos para integrar o Conselho de Segurança, o Brasil ainda precisa superar a barreira da hegemonia americana para chegar ao Conselho, segundo os especialistas.

"O Brasil, como todo país que pretende uma redistribuição do poder mundial, incomoda os países estabelecidos. E se, por um lado, a situação geopolítica da Índia propiciou o reconhecimento dos EUA, no caso do Brasil é diferente, já que os Estados Unidos gostariam de ver sua hegemonia reconhecida na América do Sul", explica Azambuja.

Apesar disso, para Peter Hakim, do centro de análises Diálogo Interamericano em Washington, "é inevitável que o Brasil se torne um membro permanente".

"A reforma não vai ocorrer neste ano ou no próximo, mas é realmente esperada", afirma, considerando como ponto a favor do Brasil o fato de "ser um país democrático, que realmente participa das missões de paz e que está em melhor posição na questão da proliferação nuclear do que muitos outros países", completa.

Quem somos

JM JORNAL DO MUNICÍPIO - JM JORNAL DO MUNDO - Orgão Sócio-Cultural de Utilidade Pública em Defesa da Cidadania nos bairros e municípios brasileiros. Diretor–Editor–Responsável:José Mário Lima. Reg. Prof.12418 DRT-RIO. Secretário Geral – Gabriel Pontes.Designer Gráfico- Alice Farias Lima.Layout e Criação – Gabriel Pontes. Secretário de Edição: José Mário Lima.COLABORADORES: Colunistas :Celina Côrte Pinheiro,Nilmar Marques (Cap.Nil), Orion Lima, Santos Sá,Henrique Soares,Assis Brasil; JM Reportágens: (Equipe)Henrique Soares,Gabriel Pontes e Santos Sá; -JM Cultura:(Equipe)- Publicidade (JML) - Movimento Estudantil: Gabriel Pontes. JM Esportes: (equipe)- JM Literatura: Assis Brasil. Notícias dos Bairros: Henrique Soares,Amil Castro; Sociedade-artesanatos: Martha Lima.Culinária : Lili(Faraó-Cacoeiras-RJ). Correspondentes: Redenção: Nice Farias;Irauçuba: Swami Nitamo;Teresina e Parnaíba: Assis Brasil;Estado do Rio de Janeiro (interior): Nilmar Marques - Cachoeiras de Macacu: Paschoal Guida. Rio,(Capital): João de Deus Pinheiro Filho. *As opiniões emitidas em artigos assinados são da inteira responsabilidade de seus autores.