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Ano 4 - Edição 998 - Fortaleza - Abril de 2014

JM SOCIEDADE,ASTROS & ESTRELAS, SHOWS, OPINIÕES E O INUSITADO.

domingo, 26 de junho de 2011

OPINIÃO


Somos todos diferentes
Lucila Cano


Os movimentos pela Cultura de Paz se sucedem em todo o mundo.  Em 2000 festejamos o Ano Internacional da Cultura de Paz com grande mobilização mundial, a partir de uma resolução da Organização das Nações Unidas. Em seguida, ingressamos no século 21 com muita disposição para instaurar a paz entre os homens. Igualmente por obra ONU, vivemos a Década Internacional para a Cultura de Paz e Não Violência para com as Crianças do Mundo, de 2001 a 2010.


Segundo a Unesco, organismo da ONU responsável pela promoção da Década para a Cultura de Paz, mais de 75 milhões de pessoas e milhares de organizações representando mais de 160 países abraçaram a causa. Finda a década, as iniciativas pró Cultura da Paz devem continuar com mais força ainda.


A violência não é prerrogativa do século passado. Tampouco é deste. Ela sempre existiu. Mas, agora, temos conhecimento dela a qualquer momento, em qualquer lugar. A diferença está na comunicação e em seus fantásticos atributos: velocidade, abrangência e bipolaridade. Ora a comunicação aproxima, ora afasta as pessoas, os povos, as nações. E nós, rapidamente, uma vez somos espectadores, outra vez, protagonistas da história.


Para os anos vindouros, oito metas definidas pelos movimentos internacionais permanecem desafiadoras: Cultura de Paz através da Educação; Economia Sustentável e Desenvolvimento Social; Compromisso com todos os Direitos Humanos; Equidade entre Gêneros; Participação Democrática; Compreensão, Tolerância e Solidariedade; Comunicação Participativa e livre de fluxo de informações e Conhecimento; Paz e Segurança Internacional.


As metas propostas para a manutenção da Cultura da Paz dependem essencialmente da comunicação em todas as suas formas e manifestações, para que o equilíbrio prevaleça à desigualdade. Não há mais condição de convívio harmônico com a natureza e os demais seres humanos, se não fizermos da comunicação o grande diferencial para educar, criar, participar e renovar nosso papel na sociedade. Através do bom senso, do diálogo e do respeito, podemos ampliar o entendimento e a tolerância.


A tarefa não é fácil, mas vale a pena tentar. Não precisamos de decretos, nem de formalidades para melhorar as relações do homem com o planeta e os demais habitantes da Terra. Esses eventos existem e são fundamentais para avivar o compromisso de todos com o bem mais importante para todos, que é a vida.
A comunicação está para a paz assim como o ar está para nós. 


Precisamos aprender a usá-la. Para isso, nossa casa é o primeiro e o melhor campo de provas. É nela que convivemos com opiniões, atitudes, desejos, dores, alegrias, expectativas, aflições. É nela que sentimentos e comportamentos evidenciam o quanto somos todos diferentes.  Em nome da Paz, é lá que está o mais significativo dos testes.


Artigo originalmente publicado no Jornal O Povo e reproduzido neste site com autorização da autora * Lucila Cano é jornalista - lcano@terra.com.br
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Os méritos de um pastor
Pe Geovane Saraiva


Coragem e perseverança são as palavras de ordem para quem encontrou em Deus o sentido da vida. Podemos olhar Samuel, personagem da Bíblia que crescia, sempre na presença de Deus (cf. 1Sm, 3, 19). Já Dom Helder, que por graça do mesmo Deus, constantemente experimentou sua bondade, dizia: “E graça divina começar bem, graça maior é persistir na caminhada, mas a graça das graças é não desistir nunca”.


Ana Paula, criatura boníssima, advogada e funcionária do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, presenteou-me com o livro “A Voz do Pastor”, publicação de autoria da professora Maria do Socorro Pinheiro, que descreve a história de vida do ilustre filho de Russas, Dom José Mauro Ramalho, primeiro Bispo da Diocese de Iguatu, que a exemplo de Samuel, buscou sempre na presença de Deus.


O título da obra foi inspirado no programa radiofônico que leva o mesmo nome, apresentado durante anos, por Dom Mauro. O desejo alimentado pelo homenageado era de escrever um livro sobre sua trajetória de vida, que felizmente se concretizou através da mente dadivosa da professora Maria Socorro, tornando realidade o sonho do querido bispo emérito de Iguatu.


As pessoas que acolheram a mensagem do Salvador da humanidade, anunciada por Dom Mauro, no mundo em processo de transformação, a partir do Concílio Vaticano II, foram, com certeza, profundamente marcadas por seu estilo de vida e por sua fé inabalável, nas tristezas e angústias, alegrias e esperanças, saindo de si mesmas, no desprendimento e na liberdade, doaram-se a serviço do reino de Deus.


O livro, A Voz do Pastor, acentua os aspectos sobre a vida e o trabalho do primeiro bispo de Iguatu, D. José Mauro Ramalho de Alarcon e Santiago, iniciando-se com a infância do menino Mauro, que nasceu na cidade de Russas, interior do Ceará, e que depois dos estudos rigorosos no Seminário da Prainha, viria se tornar sacerdote aos 23 anos de idade.


A partir desse período foram necessários mais 13 anos para que o jovem padre fosse chamado para uma nova missão, quando o Papa João XXIII tomou a decisão nomeá-lo bispo para a Diocese de Iguatu, fato esse, que foi consumado ao ser ordenado bispo dia 06 de janeiro de 1962, na cidade de Aracati, vindo a assumir o posto de primeiro bispo da 5ª diocese do Ceará, em 04 de fevereiro de 1962, na cidade sede de sua circunscrição eclesiástica.


Seguiu-se a partir daquele momento, em nosso meio, toda uma trajetória de um homem reto e piedoso, com uma missão evangelizadora repleta de graças e bênçãos do céu, sempre demonstrando um zelo intransigente pelas coisas sagradas, nunca esquecendo que o reino de Deus tem o seu início já aqui, daí sua preocupação aos apelos da caridade e solidariedade, indo ao encontro dos irmãos carentes e empobrecidos, tão bem expressado no seu lema episcopal, que procurou viver rigorosamente: Reple cordis íntima - enchei o íntimo do coração.


A autora Maria do Socorro, na sua feliz iniciativa, me faz lembrar o querido Dom Benedito Francisco de Albuquerque, hoje bispo emérito de Itapipoca, que quando andava por sua Diocese em visita pastoral, costumava dizer: “O bispo vibra!” Dom Benedito, o bispo vibra com que?


 Ah! o bispo vibra e se alegre com agricultores, com um bom inverno, com uma boa safra!  Mas bispo se alegra e vibra mesmo é com os padres e com as comunidades que procuram se organizar para viver a sua fé, sempre prontas a dar razões e motivações de suas esperanças (cf. 1Pd 3, 15).Tenho a mais segura convicção, que com Dom Mauro Ramalho, na sua vida bonita e maravilhosa, de quase 50 anos bispo, com todas as suas realizações, de sol a sol, na Igreja do Vaticano II, em processo de mudança e renovação, o nosso Dom Benedito  se alegra e vibra!


Olhamos para Dom Mauro, totalmente sintonizado com seu irmão no episcopado, Dom Aloísio Cardeal Lorscheider, de saudosa memória, ao afirmar: “Somos afins, na vocação surgida desde a infância e na graça que nos foi concedida. Ambos recebemos a ordenação sacerdotal em 1948, ambos fomos convidados ao episcopado pelo mesmo Papa João XXIII, ordenados bispos em 1962 com diferença de apenas quatro meses, eu a 06 de janeiro de 1962 e Dom Aloísio a 20 de maio daquele mesmo ano”. Disse mais: “Fortaleza teve a graça de recebê-lo em 1973 para suceder a Dom José de Medeiros Delgado.


Lembro-me, ainda, da satisfação com que os bispos do Ceará, em plena Assembleia de Itaici, fomos convidá-lo a aceitar a proposta para assumir a sede episcopal de Fortaleza, Igreja mãe das Igrejas do Ceará. Tendo-o conhecido desde a primeira sessão do Concílio Ecumênico Vaticano II em que estreávamos como bispos recém ordenados, o privilégio de sermos Padres conciliares, protagonistas da busca de renovação da Igreja de nossos tempos, eu brincava aquele tempo, sem saber que mais tarde iria vê-lo Arcebispo de Fortaleza, chamando-o de Tomás de Aquino, o grande teólogo da Idade Média, cognominado Doutor Angélico, autor de um profundo estudo – a Suma Teológica”


Na sua generosidade e seu jeito habilidoso de se unir a Deus Pai, vendo-o no rosto do povo que lhe foi confiado, estando bem pertinho e amando-o, coragem e ternura nunca lhe faltaram para falar bem alto da grande novidade na Igreja, que chegava concomitante com sua missão de pastor, a Igreja do Concílio Vaticano II, naquilo que a humanidade desejava ardentemente: uma Igreja servidora, pobre e renovada, com melhores condições de vida e mais dignidade, não só no sentido de falar de esperança, mas ele mesmo quis proporcionar esperança, levando ânimo a sua querida gente.
Percebemos com clareza e rendemos graças ao bom Deus pela importância desse bispo e pastor, na história do nosso Estado do Ceará, através dos seus grandes feitos, ao construir, no sertão central, um grande edifício, formado de pedras vivas (cf. 1Pd 2, 4-6), animando-o pela fé e mantendo-o vivo na esperança.


A Opção Preferencial pelos pobres, que a Igreja da América Latina percebeu ser uma exigência daquele momento, diante da injustiça institucionalizadas em que estava estruturada a sociedade, Dom Mauro a compreendeu e assimilou com um senso de solidariedade cristã, não se perdendo em mera explanação verbal, mas procurando colocá-la para si como um programa de vida, através de gestos e atitudes, num esforço constante de ser a testemunha fiel, tão claramente evidenciada nas letras sagradas do Evangelho: “Servo bom e fiel, como foste fiel no pouco, irei te constituir no muito” (MT 25, 21).


Termino com as palavras vindas do coração generoso de Dom João José Costa, atual bispo de Iguatu: “Um coração que não somente se encheu do Espírito Divino, mas que transbordou. Os que conviveram e ainda convivem com Dom Mauro são agraciados pelo seu ministério e podem testemunhar esta grande verdade”. Bendito seja Deus por suas criaturas!


* Pe Geovane Saraiva é Pároco de Santo Afonso - (fone: 85 3223 8785 / e-mail: pegeovane@paroquiasantoafonso.org.br)
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Seres sencientes
Valéria Feitosa

Cresce em todo o mundo o conceito de bem-estar animal (BEA). Pesquisas científicas comprovam que, assim como os seres humanos, os animais são seres sencientes. Sentem dor e prazer igualmente às pessoas. Sofrem, têm alegrias, choram, sentem solidão, abandono. Por isto, devem ser poupados de sofrimento.

Diante da constatação, fica a pergunta que não quer calar: é possível obter produtos de origem animal como carne, leite e ovos sem gerar dor e sofrimento para os bovinos, suínos, ovinos ou aves?

A resposta é positiva se considerar os sistemas produtivos de países como Inglaterra, Suécia, Holanda e Dinamarca, entre os principais da Europa, onde o consumidor mostra-se cada vez mais preocupado e exigente na seleção de produtos oriundos de manejos que assegurem o bem-estar animal (BEA).

No Brasil, os produtores ainda não tiveram tempo suficiente para se adequar às exigências da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Porém, o tema está na ordem do dia, refletindo uma tendência global para novos mercados.

Valéria Feitosa é editora da página Bem-Estar Animal e do blog Bem-estar Pet do Diário do Nordeste e coordenadora do Projeto Amigo Animal - 

FONTE: AGENCIA DA BOA NOTICIA- 
Ahttp://www.boanoticia.org.br/pagina_simples.asp?strPagina=sobre_agencia&strTitulo=Sobre%20a%20Ag%EAncia&strImagemTitulo=secaoGD_sobre_agencia.gifvenida Desembargador Moreira, 2120, sala 1307 - Bairro Aldeota  •  CEP: 60170-002  •  Fortaleza - Ceará

domingo, 12 de junho de 2011

JM OPINIÃO

Jornalismo ambiental: reflexões e desafios
 Vládia Pinto Vidal de Oliveira


A preocupação com o meio ambiente e as relações entre a natureza e a sociedade são temas de extrema relevância nos dias atuais. O confronto entre os interesses econômicos e a defesa do meio ambiente são objeto de análises e questionamentos, especialmente por parte da comunidade acadêmica, das instituições governamentais, não-governamentais e dos meios de comunicação.

A atividade predatória em escala global, regional e local tem adquirido grande intensidade através de uso indiscriminado dos recursos naturais e da composição da matriz energética para atender às necessidades das mais diferentes regiões do país.

A nível mundial ou particularmente no Brasil, o setor primário da economia tem assumido mudanças profundas às custas do desmatamento generalizado e pela substituição dos biomas naturais.

Assim, a consciência da fragilidade da natureza e a finitude dos recursos naturais, tem despertado a consciência da sociedade para os problemas ambientais e para a manutenção do equilíbrio do ecossistema terrestres ameaçados por mudanças climáticas impostas pelo aquecimento global.
 Abordar essas questões referentes ao meio ambiente na mídia é um importante compromisso com a sociedade. Trata-se de divulgar, esclarecer e alertar a comunidade dos acontecimentos que ocorrem cotidianamente. Atrela-se à noção do desenvolvimento sustentável, configurando-se, metodologicamente, através da abordagem interdisciplinar.

Há que enfrentar desafios, imbuídos nos parâmetros como: a factualidade – que diz respeito à publicações somente no período da ocorrência do fato/problema ambiental; compartimento – a ocorrência de eventos regionais e/ou outros, em que os impactos ambientais tenham influência nos negócios;  influência do poder econômico: qualquer jornalismo é limitado por divergências de interesses políticos e econômicos; e preparo deficiente na abordagem da temática ambiental.
 Há que destacar o Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (mestrado e doutorado) - PRODEMA da Universidade Federal do Ceará que tem capacitado vários jornalistas na formação acadêmica da questão ambiental. O Programa foi criado em 1995, atualmente, o doutorado funciona em rede, envolvendo 5 (cinco) Instituições Públicas do Nordeste, com enfoque transdisciplinar.

 O paradigma metodológico fundamenta-se na concepção do desenvolvimento sustentável. Quase duas centenas de dissertações foram concluídas destacando temas como: desertificação, ordenamento territorial, turismo, carcinicultura, agroecologia, assentamentos rurais, zoneamento ambiental, sustentabilidade do cultivo de algas, ICM ecológico, dentre outros.

Artigo publicado originalmente no jornal O Povo de 28 de maio de 2011 e reproduzido neste site com autorização da autora

* Vládia Pinto Vidal de Oliveira é professora do Departamento de Geografia da UFC e Coordenadora Geral do Programa de Doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente - em rede Nordeste (Prodema) - vladia.ufc@gmail.com


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Voto na Ciberdemocracia
 Alberto Perdigão


As discussões sobre sucessão não podem seguir reduzidas à questão de quem poderemos colocar no poder. Deve, sim, pautar-se em como colocar o cidadão em diálogo com os futuros eleitos.

 Os 23 anos de democracia representativa com suas eleições amplas e diretas sugerem o entendimento de que o modelo pode estar mais a serviço de legitimar os estelionatos eleitorais a que assistimos a cada dois anos e da eterna exclusão política dos verdadeiros donos do poder.

Por que mulheres, jovens, pobres e negros têm tanta dificuldade em participar do jogo, sem ser só para cumprir tabela? Por que os políticos com mandato não querem, e não fazem, a reforma política? Devemos, então, provocar a reflexão, a discussão e a deliberação acerca das possibilidades de uma outra democracia, a participativa.

As novas mídia digitais e interativas abrem esta perspectiva. E não serão os nossos representantes impostores que vão nos lembrar que o ciberespaço é a novíssima esfera pública, onde se pode construir a ciberdemocracia. Estamos definitivamente na era da autoria, da colaboração, da inteligência coletiva... E estes são apenas alguns dos novos paradigmas da comunicação e do poder.

Os políticos que não acompanharem a nova ordem comunicacional, a da verdadeira comunicação, a do diálogo, logo poderão estar empalhados em museus, ao lado do Estado solitário e da cidadania muda. Os que se lançarem a esta novíssima esfera pública devem saber que estarão sendo julgados pelo eleitor a cada segundo, seja pelos seus atos ou pelas omissões.

Os políticos com mandato, que se cuidem também, no sentido de abrir os governos e os parlamentos. Trocar a opacidade pela transparência, que já foi uma moda, é uma obrigação legal, mas pode ser pouco. Trocar o balcão da repartição por um site para quem não está conectado ou não sabe ler pode ser fake, do inglês, que significa falso, um embuste.

Melhor, talvez, utilizar as rádios públicas e, especialmente, a TV pública digital interativa como instrumentos de comunicação pública, que é própria da ciberdemocracia. Outra inovação seria instalar nos celulares do cidadão linhas livres para enviar torpedos aos seus eleitos ou aplicativos de e-governo fáceis de usar, como já fazem as empresas.

Portanto, pretenso candidato, não basta só transferir renda, tem que transferir poder! Não basta acabar com a miséria, há também de se acabar com o analfabetismo funcional, que sustenta uma fratura digital a separar os que têm e os que não têm acesso a informações sob demanda e, sobretudo, a canais livres da expressão libertadora.

A ciberdemocracia é possível, sim, além de urgente e necessária. Basta começar a eleger governos mais encaixados ao novo panorama mundial, mais focados na inovação com inclusão e no desenvolvimento das pessoas.

* Artigo publicado no jornal O Povo de 30 de maio de 2011 e reproduzido neste site com autorização do autor.
Alberto Perdigão é Mestre em Políticas Públicas e Sociedade, autor do livro Comunicação Pública e TV Digital - aperdigao@ terra.com.br

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Jornalismo ambiental e a paz na natureza

Ilza Maria Tourinho Girardi

As mudanças ambientais globais assumiram centralidade na vida contemporânea e ocupam grandes espaços na imprensa. Os desastres que ocorreram aqui no Brasil, em função das chuvas intensas, e os terremotos, tsunami, com os consequentes vazamentos de radioatividade da Usina Nuclear de Fukushima, no Japão, nos deixaram muito impactados.

Já convivíamos com os problemas provocados pelo uso de agrotóxicos na agricultura e outros tipos de poluição que pouco a pouco passaram a corroer nossa saúde, assim como o próprio equilíbrio ambiental. Estamos assistindo a tentativa de alteração do Código Florestal, que se for aprovada causará a devastação das matas às margens de cursos d’água.

O caso de Fukushima foi paradigmático, pois nos deu mais uma oportunidade de refletirmos sobre os efeitos de certas opções tecnológicas sobre a vida de todos os seres. O descontrole sobre o vazamento de substâncias radioativas mostrou até que ponto chegou a desconexão do homem com a natureza.

A realidade clama por transformações na nossa vida para que possamos selar a paz com a natureza. Este processo inicia pela pacificação da nossa relação com a nossa própria natureza e o retorno à percepção de que também somos seres da natureza. Nesse aspecto os profissionais da comunicação têm muito a contribuir. A Publicidade e as Relações Públicas devem assumir outra lógica de forma a não estimular o consumo e não projetar empresas e produtos que causem danos ambientais.

 O Jornalismo deve descolar-se dos interesses econômicos que comprometem a qualidade do exercício profissional. Essa utopia possível pode iniciar na formação universitária.

O jornalismo ambiental, nessa perspectiva, tem o potencial de divulgar informações que contribuam com a educação ambiental da população. As matérias produzidas devem ser contextualizadas, incorporar a visão sistêmica, mostrar a inter-relação de todos os elementos que formam a teia da vida e dar voz para as diferentes fontes de informação sem privilegiar fontes oficiais, empresariais e até mesmo científicas, que muitas vezes defendem interessem escusos.

Para que o jornalismo ambiental possa ser praticado de forma correta é necessário que haja uma formação especifica. O primeiro insumo para a transformação é a informação correta, que poderá ser acessada através de uma matéria jornalística. As universidades devem assumir seu papel na formação desses profissionais incluindo na grade curricular o jornalismo ambiental.

O jornalismo ambiental que defendemos é aquele que confere outro olhar na prática profissional e que percebe que na natureza tudo é informação. É aquele que se embasa na ética do cuidado amoroso e atua na perspectiva da construção da justiça socioambiental.

* Ilza Maria Tourinho Girardi é jornalista, doutora em Ciências da Comunicação, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e sócia do Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul - ilza.girardi@ufrgs.br

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Sai Baba, o eterno condutor

Flávio Rezende

Nós que moramos neste lado do planeta ficamos de bobeira quando assistimos algum documentário sobre o hinduísmo ou até sobre o islamismo. É comum achar tudo muito estranho. Em 1990 decidi morar um tempo no exterior. Vendi um carro Puma que tinha, pedi afastamento por tempo indeterminado das TVs que trabalhava e fui parar na Índia, Nepal e países europeus.

Na Índia, além de estar inserido num ambiente radicalmente diferente em todos os aspectos, notadamente o alimentício, urbanístico e cultural, com ajuda de um amigo que traduzia tudo, percebi e fiquei pasmo com o quase desconhecimento dos indianos acerca da figura de Jesus. Alguns mais instruídos diziam algo, o posicionando mais como profeta, um ser evoluído, que pensava diferente deles.

Meditando sobre este assunto, percebo que vivemos nossas realidades e não damos muito cabimento para outras, salvo raríssimas exceções. Sem buscar explicações mais aprofundadas aqui, revelo que sempre tive uma queda pelas coisas do Oriente e, não foi difícil tentar colocar em prática vários ensinamentos que ao longo da vida fui bebendo de fontes hindus como Krishna, Rama, Yogananda e Sai Baba.

Na estadia pela Índia estive na presença do que chamamos de guru, o Sathya Sai Baba. No começo foi um encontro suave, mas, logo no primeiro momento percebi um olhar severo dele em minha  direção, traduzindo hoje como um puxão de orelhas do tipo: - "tome jeito seu cabra!"

Ao voltar para o Brasil comecei a ler mais sobre Sai Baba e, lentamente percebi de maneira real, sua presença em minha vida, passando a vivenciar sua mensagem espiritual e direcionando minha vida cada vez mais para a prática real do bem.

As obras humanitárias de Sai Baba são imensas, água encanada para todo o sul da Índia, implantação do método de educação em Valores Humanos, o Educare, com fundação de escolas do jardim até o MBA em vários países, tudo de graça, incentivo aos esportes, a não-violência, observância de valores humanos, respeito à família, a nação, a natureza e aos animais, com regras de conduta sérias e comemoração de datas festivas de todas as religiões.

Sai Baba morreu domingo de páscoa, octogenário, de maneira simples, levava uma vida austera, saiu da Índia em raríssimas ocasiões fisicamente e cuidava de cada um dos seus devotos de maneira  carinhosa, mantendo intensa atividade diariamente desde a infância, quando começou sua missão, que continuará no futuro em nova encarnação como Prema Sai.

Além de escolas e universidades, fundou hospitais e ajudou o quanto pode milhões de pessoas de diversas maneiras. Em várias fases de minha vida senti sua mão amiga me conduzindo pelos caminhos do bem, creditando a grande luta para edificação e agora manutenção da Casa do Bem a sua constante presença divina a meu lado.

Continuo admirando seres como Jesus, Buda, Yogananda, Krishna, Osho e Gandhi, entre outros, mas é através de Sai Baba que vivencio o lado espiritual da vida, pois sinto sua presença verdadeira a meu lado.

Tenho certeza que no planejar, executar e finalizar de cada ação do bem, a meu lado, abaixo e, acima, Swami vai estar ali coladinho, grudadinho, sorrindo, materializando amor e o espalhando generosamente aos quatro ventos, pois, foi esse o maior milagre que fez o tempo todo: amar a todos, servir a todos.

* Flávio Rezende é escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)


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O Geógrafo e a Cidadania

Eudório Fernandes

“O problema dos alunos encontra-se na matéria; o dos professores é saber o que está fazendo a mente dos alunos com a matéria”
            (John Dewey)

Com o intuito de fazer com que o lócus universitário seja vivenciado com mais intensidade, afeição, no que compreende-se educar para a significação, convidou-se o jornalista Souto Paulino, dirigente maior da Agência da Boa Notícia, Organização Não-Governamental com sede em Fortaleza, criada com o objetivo de estimular o fortalecimento da Cultura de Paz, através da comunicação.Na faixa de entendimento da cidadania vários segmentos formativos podem ser envolvidos como família, escola, igrejas e movimentos sociais que envolvam jovens.

Vislumbra-se atuar os alunos de geografia - ciência do espaço – entender melhor a singularidade dos lugares em que se vive, saber o que diferencia e o que aproxima de outros lugares e como diferentes sociedades interagem com a natureza, examinando a sua caracterização e assim explorar os problemas de pessoas e ambiente dentro de regiões, e com isto, aliviar tensões e suas determinações sócio-espaciais, na prevenção de possíveis conflitos, que acarretam para o Estado.

Há poluição, violência, desastres ambientais e fome, específicos no tempo e no espaço e o conhecimento geográfico são decisivos, e a geografia enquanto disciplina é fundamental ao lado das populações, muitas vezes dentro de um ambiente dividido, expropriado e degradado. É, portanto insensato estudar qualquer aspecto da vida urbana isolado da sociedade, que produz as cidades.

Justifica-se o convite na disciplina Espaço e Cidadania do curso de Geografia e Fundamentos de Geografia para o curso de História, haja vista que a Agência tem como missão estimular a cultura de paz através da comunicação, para fortalecer o compromisso com a valorização da vida na notícia, e como visão de futuro: “abrir as barreiras geográficas e mercadológicas, considerando a conquista de sermos reconhecidos como referência na disseminação da Cultura de Paz na mídia como um resultado de uma vitória ainda maior: a construção de uma nova consciência do comunicador, voltada para a formação de uma sociedade justa e pacífica”.

Com certeza o objetivo alcançado, para uma mudança de comportamento, coerente com o ideal de educação - de longe - na perspectiva de aprendizado do grande educador Paulo Freire.                                                    
Fonte: Eudório Fernandes é professor da Uece - chicoeudorio@hotmail.com

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O poder da diferenciação

Magui Guimarães

Em nossa correria diária pouco tempo sobra para entender o sentido exato das palavras que pronunciamos em nossa comunicação rotineira.
O descuido neste detalhe pode acarretar em uma confusão mental com impactos desastrosos no sistema nervoso e no contato com as pessoas.

Existe um laço cibernético entre o pensamento, sensação e ação de tal forma que a verbalização gera um impulso bio-eletro-químico envolvendo todo o sistema nervoso.  Quando as palavras são ditas há uma sinapse neural que desencadeia a produção de substância protéicas correspondente à vibração da palavra dita ou pensada.

Ao dizer a frase: Estou louca de vontade de tomar um sorvete, pode-se estar contaminando o organismo com a fabricação de substâncias que, após somatizadas, trazem uma sensação de bem estar ou mal estar.

A palavra louca deve ser substituída pela palavra estou querendo.  Além do mais a palavra vontade está sendo usada com a conotação de desejo. Enquanto o desejo é usado para descrever uma sensação de possuir coisas externas ao sujeito, a vontade é uma palavra  representativa de nossas aspirações internas evolutivas.

Desta forma para ter uma linguagem mais correta , o ideal é dizer: Estou desejando um sorvete.Quando não se sabe expressar corretamente, em algo simples e corriqueiro, imagine os efeitos danosos  quando estamos usando palavras inadequadas para comunicar algo vital e importante

O ideal é estar atento em aprender a fazer a diferenciação das palavras e sentir o impacto delas no sistema nervoso. A palavra correta tem o efeito de iluminar a consciência.


Fonte: Magui Guimarães é Practitioner em PNL & Coaching - (magui@maguiguimaraes.com.br)

Quem somos

JM JORNAL DO MUNICÍPIO - JM JORNAL DO MUNDO - Orgão Sócio-Cultural de Utilidade Pública em Defesa da Cidadania nos bairros e municípios brasileiros. Diretor–Editor–Responsável:José Mário Lima. Reg. Prof.12418 DRT-RIO. Secretário Geral – Gabriel Pontes.Designer Gráfico- Alice Farias Lima.Layout e Criação – Gabriel Pontes. Secretário de Edição: José Mário Lima.COLABORADORES: Colunistas :Celina Côrte Pinheiro,Nilmar Marques (Cap.Nil), Orion Lima, Santos Sá,Henrique Soares,Assis Brasil; JM Reportágens: (Equipe)Henrique Soares,Gabriel Pontes e Santos Sá; -JM Cultura:(Equipe)- Publicidade (JML) - Movimento Estudantil: Gabriel Pontes. JM Esportes: (equipe)- JM Literatura: Assis Brasil. Notícias dos Bairros: Henrique Soares,Amil Castro; Sociedade-artesanatos: Martha Lima.Culinária : Lili(Faraó-Cacoeiras-RJ). Correspondentes: Redenção: Nice Farias;Irauçuba: Swami Nitamo;Teresina e Parnaíba: Assis Brasil;Estado do Rio de Janeiro (interior): Nilmar Marques - Cachoeiras de Macacu: Paschoal Guida. Rio,(Capital): João de Deus Pinheiro Filho. *As opiniões emitidas em artigos assinados são da inteira responsabilidade de seus autores.